Produtor de milho, considerado um dos melhores do Mundo, João Coimbra começou a usar microrganismos para melhorar a produção e a qualidade do produto que coloca no mercado. Nos últimos anos, tem vindo a reforçar o investimento em micróbios que melhoram, logo à partida, a qualidade e a saúde do solo.

Num laboratório instalado em Santarém, dentro da enorme propriedade que gere, mede o oxigénio no solo para avaliar a presença dos microrganismos e prepara depois uma mistura de aveia, nabo, fava, ervilha, grão de bico e girassol. Tudo isto regado depois com microrganismos.

"São bactérias que são tiradas da natureza e são multiplicadas industrialmente e depois nos colocamos junto às sementes", refere o agricultor.

E não apenas no milho, também no tomate, os micróbios têm vindo a ter um papel importante na redução de químicos.

"Não há provavelmente nenhuma barreira tão eficaz contra os microrganismos nefastos como os microrganismos que têm um papel protetor um papel benéfico. E isto é verdade para solos, é verdade para águas, é verdade para o ambiente em geral, é verdade para o nosso microbioma", diz Célia Manaia, invesitgadora da Universidade Católica do Porto.

O avanço do conhecimento científico tem criado também novas esperanças, no combate ao cancro, com recurso a micróbio. Este é o mais recente desafio de Carla de Carvalho, uma investigadora do Instituto Superior Técnico, que, numa parceria com Telmo Santos da Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa, testou também bactérias para detetar microfissuras em diferentes materiais, algo que nunca tinha sido feito.

“A técnica funciona. Ela permite detetar defeitos com alguns milésimos de milímetro em diferentes ligas metálicas, ligas e aço, .ligas de magnésio, ligas de titânio, ligas de cobre, e também em materiais poliméricos e materiais cerâmicos. Conseguimos detetar defeitos extremamente reduzidos, defeitos com diferentes morfologias, e com diferentes dimensões", refere Telmo Santos.

O uso de microrganismos, por exemplo, na indústria, está a premitir reduzir ou retirar mesmo o peso de vários componetes químicos, até aqui essenciais em tintas ou em produtos de limpeza. E em Portugal, há empresas e investigadores que estão a trabalhar para criar soluções cada vez mais amigas do ambiente.