O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo declarou no domingo que o Presidente russo, Vladimir Putin, já avisou o Ocidente das consequências de permitir que Kiev utilize armas de longo alcance para ataques em território russo.
Esta reação surge depois de ter sido noticiado que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já deu a autorização necessária para tal.
"O Presidente [Vladimir Putin] já fez uma declaração sobre o assunto", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, ao portal digital RBC, numa aparente referência a declarações emitidas pelo líder do Kremlin em setembro passado e reproduzidas nas últimas horas por vários meios de comunicação russos.
Putin afirmou então que se o Ocidente concordasse em autorizar ataques ao território da Rússia com os seus mísseis de longo alcance, isso mudaria a "essência" e a "natureza" do conflito na Ucrânia.
"Isso significará que os países da NATO, os Estados Unidos da América e os Estados europeus estarão em guerra com a Rússia", disse Putin a 13 de setembro .
Esta segunda-feira, a deputada russa Maria Butina disse que a administração Biden estava a arriscar uma Terceira Guerra Mundial com esta decisão: "Estes tipos, a administração Biden, estão a tentar escalar a situação ao máximo enquanto ainda têm poder."
"Tenho uma grande esperança que [Donald] Trump supere esta decisão, se for tomada, porque eles estão a arriscar seriamente o início da Terceira Guerra Mundial, o que não interessa a ninguém."
"Os mísseis falarão por si"
Na reação às notícias, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, recusou confirmar esta autorização, dizendo que "este tipo de coisas não devem ser anunciadas e que os mísseis falarão por si".
A imprensa norte-americana noticiou este domingo que o Presidente, Joe Biden, autorizou a Ucrânia a utilizar armas de longo alcance dos Estados Unidos para ataques limitados dentro da Rússia, uma informação até agora não confirmada nem pela Casa Branca, nem pelo Pentágono.
As armas cujo uso foi autorizado por Biden são, em particular, mísseis supersónicos teleguiados chamados ATACMS, que podem transportar ogivas convencionais ou de fragmentação e têm um alcance de cerca de 190 milhas ou 300 quilómetros, precisou o diário norte-americano The Washington Post.
A confirmar-se, a decisão de Biden pode representar um grande impulso para a Ucrânia, pouco antes de o seu Governo dar lugar, em janeiro próximo, ao de Donald Trump, o Presidente eleito a 5 de novembro, que prometeu repetidas vezes acabar rapidamente com a guerra, iniciada com a invasão pela Rússia do país vizinho a 24 de fevereiro de 2022.
- Com Lusa