
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, rejeitou hoje alarmismo em relação a viagens para os Estados Unidos, salientando não existirem recomendações para que sejam evitadas deslocações ao país.
"Sinceramente, eu acho que nós não devemos também entrar em alarmismo. Os portugueses que têm de viajar, não há nenhuma recomendação de não viajarem para os Estados Unidos", afirmou o governante, reconhecendo, no entanto, que os cidadãos acompanham as notícias e "sabem que há agora um crivo maior nas entradas do que havia antes".
O ministro falava aos jornalistas após a tomada de posse do XVI Governo Regional da Madeira, novamente chefiado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, que decorreu no salão nobre do parlamento madeirense, no Funchal.
Paulo Rangel foi questionado sobre as crispações entre a União Europeia e os Estados Unidos e sobre o facto de a Comissão Europeia ter fornecido telemóveis descartáveis e computadores a alguns responsáveis com viagens para o país.
A Comissão Europeia forneceu telemóveis descartáveis e computadores portáteis básicos a alguns responsáveis que têm viagens aos Estados Unidos, incluindo a comissária europeia portuguesa Maria Luís Albuquerque, para evitar o risco de espionagem, noticiou o jornal Financial Times.
Os comissários e altos funcionários europeus com deslocações programadas às reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial na próxima semana receberam estas novas orientações, de acordo com quatro pessoas ligadas aos processo citadas na segunda-feira pelo jornal britânico.
Insistindo que "não há nenhuma razão para alarmismos", Paulo Rangel realçou que ao Ministério dos Negócios Estrangeiros compete "estar ao lado dos portugueses, especialmente daqueles que estejam numa situação vulnerável".
"Para isso estão também os consulados dos Estados Unidos, também a nossa embaixada dos Estados Unidos, mas, sinceramente, eu queria mesmo fazer aqui um apelo à desdramatização nesse plano", reforçou.
Relativamente à aplicação das tarifas por parte do presidente norte-americano, Donald Trump, aos produtos importados, Paulo Rangel referiu que o Governo português está a acompanhar as negociações com a Comissão Europeia desde o início.
"Nas relações dentro da NATO, nas relações comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos, cá estão os governos, este e aquele que sair das próximas eleições, para representar os interesses de Portugal e os interesses dos europeus e das nossas empresas", assegurou.
Relativamente ao caso de um cidadão português que tinha visto de residência permanente nos Estados Unidos, a viver em solo norte-americano desde os 2 anos, e que foi detido pelas autoridades de imigração, Rangel reiterou que o Governo está acompanhar o caso.
Paulo Rangel disse que o cidadão será presente a um juiz e que, após ser conhecida a decisão judicial, o Governo dará apoio caso seja preciso.