"A Fábrica de Unicórnios é o coração da nossa estratégia para transformar Lisboa numa referência global no ecossistema tecnológico." A frase é de Carlos Moedas, que explicou, em entrevista à Bloomberg, a vontade de atrair "os melhores talentos e empreendedores a Lisboa", estando a trabalhar para que a cidade seja vista como "um local onde as ideias se tornam realidade".

Numa entrevista à Bloomberg, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa delineou a sua visão para o futuro da cidade, centrada na inovação, na requalificação urbana e na sustentabilidade económica, destacando o papel da inovação, através do hub de unicórnios que montou na incubadora tecnológica concebida para atrair e apoiar startups com elevado potencial de crescimento. Uma iniciativa que não é apenas "simbólica", mas uma estrutura concreta para fomentar o crescimento de empresas emergentes em áreas como inteligência artificial, saúde digital e energias renováveis, garantindo mentoria, apoio financeiro e ligações a redes internacionais de investimento.

Lisboa tem vindo a posicionar-se como uma cidade amiga da inovação, tendo já acolhido grandes eventos como a Web Summit, e Moedas vê nisso um trampolim para os objetivos de atratividade da cidade. "O que começámos com a Web Summit está agora a ganhar raízes com projetos como a Fábrica de Unicórnios. Lisboa está a transformar-se de palco de um evento de inovação para protagonista desse ecossistema", diz ainda na entrevista.

Quanto aos desafios que acompanham o crescimento acelerado, com a pressão sobre a habitação e as infraestruturas à cabeça, o presidente da CML não tem dúvidas: "A inovação só é sustentável se for inclusiva, pelo que estamos a investir em habitação acessível e na melhoria do transporte público."

Também o "papel central do turismo" para a economia da cidade esteve em foco na conversa com a Bloomberg, com Moedas a explicar que o objetivo agora é "equilibrar" o crescimento turístico com a qualidade de vida dos lisboetas. "Queremos um turismo que respeite e valorize a cidade. Estamos a desenvolver novos corredores culturais e históricos para distribuir melhor os fluxos turísticos e dar a conhecer zonas menos exploradas de Lisboa", afirma.

A estratégia para os próximos anos envolve ainda, de acordo com o autarca, um investimento robusto em infraestrutura urbana e digital, sendo para isso estratégica a expansão da cobertura de fibra ótica e redes 5G, bem como a requalificação de zonas industriais, transformando-as em hubs de inovação. "Cada bairro de Lisboa deve ter acesso às ferramentas do século XXI", concretiza, antes de reiterar o seu compromisso com uma Lisboa "aberta, criativa e global". "Acredito numa cidade que lidera pelo exemplo — que é moderna sem perder a alma. Lisboa tem tudo para ser o futuro da Europa."