O primeiro-ministro anunciou hoje ter recebido "luz verde" da Comissão Europeia para que Portugal utilize rapidamente 500 milhões de euros do fundo de coesão dos próximos anos para cobrir os prejuízos dos incêndios florestais.

Depois de mostrar a sua solidariedade com as vítimas dos incêndios, Ursula von der Leyen expressou que a ajuda na reconstrução também seria tida em conta. “Também ajudaremos a reconstruir”, escreveu na rede social X, explicando que “o Fundo de Solidariedade da UE pode cobrir partes dos danos”. Na mesma publicação, avançou que pretendiam proceder a uma flexibilização “para mobilizar até €500 milhões ao abrigo dos programas da Política de Coesão de Portugal”.

Luís Montenegro falava aos jornalistas, em São Bento, após uma reunião com a procuradora Geral da República, Lucília Gago, as ministra da Administração Interna e da Justiça, respetivamente Margarida Blasco e Rita Alarcão Júdice, com o diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, e com o comandante geral da GNR, tenente general Rui Veloso.

Luís Montenegro agradeceu à presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, esse apoio, e adiantou que esta verba será gerida diretamente pelo Governo, de forma a simplificar procedimentos e eliminar burocracias.

Nos casos da definir mais tarde pelo Governo, a comparticipação para a cobertura dos prejuízos poderá atingir 100 por cento em algumas situações.

Nove pessoas morreram até hoje e mais de 170 ficaram feridas em consequência dos incêndios que atingiram na semana passada sobretudo as regiões Norte e Centro do país e destruíram dezenas de casas.

Os incêndios florestais consumiram entre os dias 15 e 20 de setembro cerca de 135.000 hectares, totalizando este ano a área ardida em Portugal quase 147.000 hectares, a terceira maior da década, segundo o sistema europeu Copernicus.