A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou, esta quarta-feira, que "morre uma criança por hora" na faixa de Gaza e desde que Israel lançou a ofensiva contra o Hamas naquele território já morreram pelo menos 14.500, noticiou a agência Efe.
"Em Gaza, morre uma criança por hora. Não se trata de números. São vidas ceifadas", denunciou a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) na rede social X.
Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), citados por aquela agência de notícias espanhola, revelados terça-feira, pelo menos 14.500 crianças foram mortas na Faixa de Gaza desde que Israel lançou a sua guerra contra o Hamas, há 446 dias, ou seja, 1,3 crianças palestinianas mortas em média a cada hora.
Na terça-feira, aquando da divulgação daquele número, a UNICEF indicou também que "matar crianças não pode ser justificado" e que as crianças que sobrevivem "estão física e emocionalmente marcadas", muitas delas com lesões para toda a vida.
Ainda de acordo com a UNICEF, há apenas três disponíveis no norte da cidade de Gaza para os bebés que necessitam de cuidados intensivos e os médicos no terreno denunciaram que os bebés prematuros e os pacientes com doenças tratáveis estão a morrer devido à falta de material e equipamento médico.
O local do mundo com mais crianças amputadas por habitante
No dia 03, o diretor a UNRWA, Philippe Lazzarini, já tinha denunciado que Gaza é o local do mundo com o maior número de crianças amputadas por habitante.
"Gaza tem atualmente o maior número de crianças amputadas per capita do mundo, muitas das quais perderam membros e são operadas sem sequer anestesia", afirmou Lazzarini em comunicado, citado pela Efe.
Na segunda-feira, um relatório da FEWS NET, uma agência norte-americana de monitorização da crise alimentar, concluiu que a situação na Faixa de Gaza é catastrófica e milhares de palestinianos enfrentam a fome no norte do enclave sitiado.
Nesta zona, segundo denunciou o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), citado também pela Efe, desde 01 de dezembro, as autoridades israelitas negaram 48 das 52 tentativas da ONU para coordenar o acesso humanitário e mesmo as quatro colunas de assistência que receberam aval de passagem enfrentaram obstáculos.
O Ministério da Saúde de Gaza denunciou que desde o inicio da ofensiva de Israel na Faixa de Gaza já morreram mais de 45.300 pessoas.
Com Lusa