Foi, sem dúvida, o alvo de todas as críticas na manifestação do Movimento Vida Justa que apelou na tarde deste sábado a “justiça para Odair Moniz”. A PSP esteve debaixo de fogo e na maioria dos cartazes exibidos pelos manifestantes mas a verdade é que o protesto decorreu sem qualquer incidente apesar de ter juntado cerca de 3 mil pessoas, muitas delas oriundas dos bairros dos arredores de Lisboa, semelhantes ao que foi palco da morte trágica de Odair Moniz às mãos de um jovem polícia.
Num comunicado divulgado já no final desta manifestação e de outra organizada pelo Chega que terá mobilizado 200 pessoas, a direção Nacional começa por elogiar o “civismo” e a “serenidade” dos manifestantes, mas também elogia os seus próprios operacionais: “A Polícia optou por uma forte recolha de informação, nomeadamente através de fontes abertas, no sentido desta monitorização e recolha contínua de notícias avaliar permanentemente os potenciais riscos associados às iniciativas e executar uma operação policial adequada e ajustada às necessidades de segurança de todos os intervenientes e de terceiros”.
De facto, apesar da presença de muitos jovens de cara tapada, de cartazes que acusavam a PSP de “matar” e de até terem sido comparados a porcos, os agentes presentes optaram sempre por um policiamento à distância.
Entre os manifestantes, era evidente a preocupação em evitar quaisquer desacatos ou explosões de violência. Na noite anterior, treze carros e cinco motas foram queimados em Benfica e outras zonas de Lisboa. Desde o dia que Odair foi morto - segunda-feira, 21 de outubro - houve três dias de motins e agora atos de vandalismo.
Mas nesta manifestação só houve palavras de ordem. “Importa, assim, agradecer a todos os cidadãos que integraram estas manifestações, pelo seu elevado comportamento cívico e respeitador das orientações dos polícias de serviço”, elogia a PSP.