O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, “não tencionava vir este ano” à 79.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, no entanto, depois de ter “ouvido as mentiras e as calúnias contra Israel por parte de muitos dos oradores”, decidiu estar presente para “esclarecer tudo”.

“Decidi vir aqui para esclarecer tudo, para falar em nome do meu povo, do meu país, da verdade. E aqui está a verdade: Israel procura a paz. Israel já alcançou a paz [antes] e voltará a fazê-lo”, começou por dizer Netanyahu. O seu aguardado discurso na Assembleia da ONU, esta sexta-feira, coincide com o quinto dia de ataques consecutivos contra o Líbano.

Porém, acrescentou logo de seguida, “enfrentamos inimigos selvagens que procuram a nossa aniquilação e temos de nos defender desses assassinos selvagens. Eles procuram destruir-nos e à nossa civilização”, afirmou, referindo-se ao movimento extremista palestiniano Hamas, à milícia xiita libanesa Hezbollah e ao Irão.

O primeiro-ministro israelita referiu-se aos ataques de 7 de outubro levados a cabo pelo Hamas — que fizeram mais de mil vítimas mortais e duas centenas de reféns — como uma “maldição”. “Milhares de terroristas do Hamas apoiados pelo Irão cometeram atrocidades inimagináveis”, descreveu, prometendo que o seu país só vai descansar quando os restantes reféns regressarem a casa sãos e salvos.

Tal como aconteceu na sua intervenção na Assembleia das Nações Unidas no ano passado, ‘Bibi’ mostrou um mapa da região do Médio Oriente com referência ao que descreveu como “a maldição” que, para si, são a Síria, o Iraque e o Irão, países pintados a negro. “Não há nenhum lugar no Irão que o longo braço de Israel não possa alcançar e isto é verdade para todo o Médio Oriente”, avisou. “Estamos a ganhar.”

Benjamin Netanyahu advertiu ainda que Israel não vai aceitar “um exército do terror instalado na fronteira norte, capaz de realizar outro massacre ao estilo do 7 de outubro”, numa referência aos ataques do Hezbollah no Norte do país, que têm levado muitos israelitas a abandonar a região.

Foram proferidos mais avisos: Israel vai continuar a “enfraquecer o Hezbollah” até todos os objetivos serem alcançados; se o Irão atacar “vai ser atacado de volta”; e “o Hamas tem de desaparecer”. Para o líder israelita, a solução para o cessar-fogo na Faixa de Gaza é simples: “a guerra pode chegar ao fim agora se o Hamas se render, depuser as armas e libertar todos os reféns”.