A secretária regional da Inclusão, Trabalho e Juventude, Paula Margarido, afirmou, ao início desta tarde, que "não há razões de queixa" que justifiquem manifestações de trabalhadores na Madeira, embora considere "natural que os trabalhadores queiram sempre mais e é natural que os empregadores também reivindiquem outras realidades". "Isto é como numa casa e numa família. Os pais querem sempre mais, os filhos querem sempre mais. E é neste diálogo constante e construtivo que tem pautado sempre as relações laborais na Região Autónoma da Madeira que vamos continuando a conferir o máximo de dignidade à relação laboral, que é composta do trabalhadores e empregadores. Tem-se conseguido isso através da nossa concertação social, por intermédio da Direcção Regional de Trabalho, da Autoridade Regional das Condições de Trabalho e do Instituto Regional de Emprego", disse a governante, à margem da cerimónia junto ao Monumento ao Trabalhador, no limite sul do Parque Santa Catarina.

Paula Margarido reconheceu que houve um agravamento do custo de vida, especialmente na área da habitação, tal como foi mencionado na manifestação da União dos Sindicatos da Madeira (USAM), mas realçou que tal tendência "é transversal ao nosso país, à Europa e ao Mundo". Sublinhou ainda que há "um diálogo constante" na concertação para "tentar fazer perceber aos nossos empregadores que poderemos ter que aumentar o salário em algumas categorias para que possamos acompanhar a remuneração mínima garantida na Região", que é de 915 euros.

A nova secretária regional assumiu que o Governo Regional tem como "meta continuar a aumentar o valor do salário mínimo regional" e, através da concertação social, os salários médios dos vários sectores acompanhem essa subida. "Vamos ver como é que tudo vai decorrer. Não me vou comprometer com números, porque tem que ser devidamente concertado. A nossa perspectiva é de continuar a aumentar, mas não é só para um determinado sector. É para todos. Para que haja equilíbrio e não desacertos", disse Paula Margarido.

Por outro lado, a nova secretária regional assumiu que há um aumento da mão-de-obra imigrante na Madeira e alertou que os empregadores que tiverem de recorrer a esses trabalhadores terão de cumprir determinados requisitos legais: solicitar junto dos consulados um visto de trabalho e garantir condições de habitabilidade na Região. "Sem isso os trabalhadores não podem vir para Portugal, não podem vir para a Região Autónomas da Madeira. Queremos, cada vez mais, trabalhadores com dignidade, designadamente ao nível da habitação, cumprindo todos com a lei. Daí que a Autoridade Regional das Condições de Trabalho faz toda essa verificação e a Direcção Regional de Trabalho vai acompanhando", explicou.