As declarações surgem no momento em que o Presidente dos Estados Unidos referiu avanços nas negociações para a libertação dos reféns, tendo Donald Trump afirmado na quinta-feira, numa reunião do gabinete, que está a aproximar-se o momento em que os reféns poderão ser recuperados.

Numa mensagem em vídeo enviada por ocasião da Pessach -- festividade que assinala a libertação do povo judeu da escravidão no Egito --, Netanyahu argumentou que "para muitas famílias haverá cadeiras vazias".

"Juntos, traremos os nossos reféns de volta, juntos, venceremos os nossos inimigos, juntos, apoiaremos os nossos feridos e juntos, inclinaremos a cabeça em memória dos nossos desaparecidos", declarou.

A imprensa israelita noticiou hoje que o Egito e Israel trocaram propostas de documentos com vista a um acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns.

Segundo o jornal Times of Israel, a proposta egípcia prevê o regresso a Israel de oito reféns vivos e de oito corpos, em troca de uma trégua de 40 a 70 dias e da libertação de um elevado número de prisioneiros palestinianos.

De acordo com a televisão pública Kan, Netanyahu realizou, na noite de quinta-feira, uma reunião de avaliação da situação com a equipa de negociação e responsáveis da segurança, tendo como pano de fundo o novo plano egípcio.

Os serviços do primeiro-ministro israelita indicaram ainda que Netanyahu se encontrou, também na quinta-feira, com as famílias dos reféns Elkana Bohbot e Rom Braslavski, assegurando-lhes que Israel está empenhado em trazer os reféns de volta e atualizando-as sobre o estado das negociações.

Durante o ataque sem precedentes do Hamas, a 07 de outubro de 2023, no sul de Israel, foram raptadas 251 pessoas. Pelo menos 58 permanecem retidas em Gaza, das quais 34 morreram, segundo o exército israelita.

Uma trégua mediada pelos Estados Unidos, Egito e Qatar, entre 19 de janeiro e 17 de março, permitiu o regresso de 33 reféns israelitas -- entre os quais oito mortos -- em troca da libertação por parte de Israel de cerca de 1.800 prisioneiros palestinianos.

Israel retomou os bombardeamentos na Faixa de Gaza em 18 de março, pondo termo ao acordo.

O Ministério da Saúde das autoridades do Hamas indicou, na quinta-feira, que pelo menos 1.522 palestinianos foram mortos desde essa data, elevando para 50.886 o número total de mortos desde o início da guerra.

 

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