A Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC), da Polícia Judiciária, e o Departamento de Investigação Criminal da Madeira estão a realizar novas buscas naquela ilha. Em causa, segundo o Expresso apurou, está uma investigação ao financiamento partidário do PSD/Madeira.

De acordo com a PJ, a operação fez sete detidos: autarcas, empresários, funcionários públicos, titulares de cargos políticos e de altos cargos públicos. Entre eles está Carlos Teles, autarca da Calheta, José Humberto Vasconcelos, que foi secretário regional da agricultura e pescas, ou duas funcionárias daquela secretaria, apurou o Expresso.

Há 43 mandados de buscas domiciliárias e não domiciliárias, por suspeitas da prática dos crimes de participação económica em negócio, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, prevaricação e financiamento proibido de partidos políticos.

Duas das buscas foram realizadas em sede de municípios e quatro em secretarias regionais. O Expresso apurou que um dos locais das buscas foi a casa de José Prada, secretário-geral do PSD/Madeira. Outra pessoa ouvida pela PJ foi Luís Miguel Silva, adjunto de Miguel Albuquerque no Governo Regional da Madeira.

A investigação, desenvolvida pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção e pelo Departamento de Investigação Criminal da Madeira, iniciou-se em 2020, sobre condutas consideradas como criminalidade altamente organizada.

Segundo o Expresso apurou, no centro da investigação está a empresa Dupladp & Associados, - de Humberto Drumond, um dos dois arguidos ligados a esta empresa - que é ao mesmo tempo fornecedora do Governo Regional e fez a campanha eleitoral do PSD de 2023. A empresa está ligada às áreas da informática e publicidade. As autoridades suspeitam que tenham existido concursos empolados e que o tenha sido o próprio Governo Regional a pagar tudo, lesando o erário público. Por exemplo, por recomendação do dono da obras - leia-se o Governo Regional da Madeira - era dito que os cartazes tinham de ser feitos pela referida empresa.

No total, participaram nesta operação “AB INITIO” cerca de 110 elementos da PJ, quatro procuradores da República do DIAP de Lisboa, dois juízes do Tribunal Judicial do Funchal e seis elementos do núcleo de assessoria técnica.

[em atualização]