O sindicato dos bombeiros sapadores responsabilizou, esta quarta-feira, o Governo por o protesto diante do Parlamento ter ido além do que estava autorizado, com centenas de manifestantes a invadirem a escadaria e a obrigar à intervenção da polícia.

"Sei que eles têm razão nos protestos, o que motivou isto foi o senhor secretário de Estado ter marcado uma reunião e, no fim, voltou a dizer que não tinha nada para apresentar. Qualquer pessoa normal devia perceber que não podemos faltar à verdade aos bombeiros... Se já andam revoltados, a probabilidade de isto acontecer era muito elevada. O culpado disto tudo acaba por ser o Governo", afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores.

Em declarações aos jornalistas, Ricardo Cunha assumiu que o protesto "foi além do que estava legalizado" e confessou não saber quais possam ser as repercussões para os bombeiros, anunciando que a direção do sindicato vai reunir-se "para perceber o que correu mal".

Manifestantes ocuparam escadaria e incendiaram pneus

Centenas de bombeiros sapadores fardados ocupavam, pelas 13h00 desta tarde, as escadarias da Assembleia da República, em Lisboa, enquanto a polícia formava um cordão à entrada do Parlamento.

À mesma hora, chegavam reforços da Unidade Especial de Polícia da PSP. Ao fundo da escadaria, os manifestantes incendiaram vários pneus e queimaram um fato de trabalho dos bombeiros.

Às 13h20, um caixão branco foi levado em braços para a porta do Parlamento enquanto os manifestantes gritavam a palavra "vergonha", responsabilizando os decisores políticos pela situação da classe.

À frente das centenas de sapadores fardados, um grupo de manifestantes envergava t-shirts negras com a inscrição "Sapadores em Luta".Uma cruz de Cristo e tarjas com frases como "bombeiros sapadores em luta. Esqueceram-se de nós!... outra vez..." ou "sabes quem vai salvar o teu filho" estavam colocadas à frente do protesto.

Os sapadores lutam por uma regulamentação do horário de trabalho, pela reforma aos 50 anos e por um regime de avaliação específico, entre outras condições de trabalho.