
De acordo com a organização não-governamental (ONG), que acompanha os processos eleitorais em Moçambique, Ivo Armando Nhantumbo, de 23 anos, "dinamizador das manifestações em Inharrime", província de Inhambane, no sul do país, foi morto na madrugada de sábado, em circunstâncias ainda por clarificar.
"Ao todo, já são 15 apoiantes de Venâncio Mondlane e um do partido Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique, no poder] mortos desde dezembro", afirma a Decide.
No mesmo dia já tinha sido "raptado e assassinado" a tiro, no distrito de Zavala, também na província de Inhambane, João de Deus Nhachengo, "conhecido por suas convicções fortes" no apoio a Mondlane.
A Lusa contactou a polícia de Moçambique para obter esclarecimentos, mas não obteve resposta.
Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas, primeiro, por Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais que deram a vitória a Daniel Chapo.
Os protestos, atualmente em pequena escala, continuam a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.
Desde outubro, pelo menos 357 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a Decide.
O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.
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