
Nos discursos a propósito dos 51 anos do 25 de Abril, o primeiro a discursar foi Gonçalo Camelo, deputado único da Iniciativa Liberal, que centrou a atenção nos jovens, os que fizeram Abril e os que são o futuro.
"A revolução de abril foi feita por jovens, muitos dos capitães não tinham mais de 30 anos, homens e jovens que mais arriscaram para que todos pudéssemos ser mais livres hoje", recordou. "Sabiam que eram os que tinham mais a perder e mais a ganhar, sem eles não teria havido liberdade, partidos políticos, democracia", etc.
Centrando nos números, Gonçalo Camelo lembrou que 30% dos jovens emigraram, 800 mil estão no estrangeiro, 70% do que ganham está longe da média europeia, 7 em cada 10 jovens não consegue sair de casa dos pais, números que englobam a Madeira onde, disse, é a região do país com mais desemprego jovem e com mais desocupados.
O deputado da IL lembrou ainda que nos últimos 20 anos do Estado Novo mais de 1,5 milhões de portugueses saíram do país e muitos o fizeram para fugir à miséria e à guerra e que na Madeira, tal como em Portugal, não foi o fim da ditadura que ditou o fim da emigração. Desde os anos 2000 tem continuado a crescer com cada vez mais jovens a sair.
"Muito há a fazer, além de evocar o passado e seus protagonistas, é preciso reter no país os heróis do amanhã, dando-lhes condições para ficarem no país nas várias vertentes", acredita, "sob pena de daqui a uns anos os nossos filhos viverem pior do que os pais. Os jovens não querem tratamento especial, querem que o Estado não trave o seu crescimento, que se garanta menos burocracia para as casas e criação de empregos e melhores salários, e melhor educação", frisou.
"Os jovens não pedem que lhes demos nada, mas que lhes demos mais liberdade, para que todos sejam mais livres", terminou, lembrando que nestes 50 anos de revolução, não pode ser só recordação tem de continuar a ser inspiração para o futuro.