Os deputados russos aprovaram esta terça-feira um projeto de lei que proíbe a promoção do estilo de vida sem filhos, num contexto de crise demográfica agravada pelo conflito na Ucrânia e pela defesa dos "valores tradicionais".

As pessoas acusadas de promover um estilo de vida sem filhos nos meios de comunicação social, filmes ou publicidade incorrem em multas pesadas - cerca de 4.000 euros, segundo o texto aprovado.

Aos funcionários públicos pode ser aplicado o dobro do valor, enquanto pessoas coletivas podem ser multadas até ao montante de 47.000 euros.

O texto tem ainda de ser aprovado pela Câmara Alta no próximo dia 20 e assinado pelo Presidente russo, Vladimir Putin.

"Estamos a aprovar este projeto de lei para proteger os nossos jovens de ideologias inúteis", comentou Nina Ostanina, presidente da Comissão de Política Familiar da Duma, a câmara baixa do parlamento russo.

Além de defender os valores ditos tradicionais, o projeto de lei visa mitigar a profunda crise demográfica russa, herdada da era soviética. Em julho, o Kremlin reconheceu que a situação era "catastrófica para o futuro da nação".

Em 2023, a taxa de fertilidade na Rússia era de 1,41 crianças por mulher em idade fértil, segundo as primeiras estimativas da agência de estatísticas russa (Rosstat), citadas pelo diário económico RBC.