Pedro Nuno Santos reuniu-se esta tarde com a administração do Hospital Garcia de Orta, em Almada, Setúbal, tendo no final da visita, em declarações aos jornalistas, considerado que os acontecimentos dos últimos dias sobre o INEM levaram a um sentimento de "grande insegurança" face aos responsáveis governativos, alegando que "não estão a cuidar como deve ser da saúde em Portugal".
"A pergunta que também se coloca ao dia de hoje, passados estes dias todos desta crise no INEM, é qual é o tempo que o senhor primeiro-ministro dedica ao tema da saúde em Portugal. Até agora não vimos uma declaração de preocupação, de empatia", criticou.
O líder do PS acusou Luís Montenegro de, num tema que estabeleceu como prioritário na campanha e sobre o qual fez muitas promessas, estar "a falhar ao país e aos portugueses".
Questionado sobre a atuação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre esta polémica do INEM, Pedro Nuno Santos respondeu que a sua atenção está centrada no Governo e disse "não fazer julgamentos" do chefe de Estado.
"Acho obviamente que qualquer político deve ser coerente ao longo do tempo que está em funções e, portanto, espero que o senhor Presidente da República não lide de forma diferente com estes temas como lidou no passado com outros. Isso obviamente que posso pedir, essa coerência na forma como se trata destes temas", pediu.
As mortes de 11 pessoas alegadamente associadas a falhas no atendimento do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) motivaram a abertura de sete inquéritos pelo Ministério Público (MP), um dos quais já arquivado. Há ainda um inquérito em curso da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
A demora na resposta às chamadas de emergência agravou-se durante a greve de uma semana às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que reclamam a revisão da carreira e melhores condições salariais.
A greve foi suspensa após a assinatura de um protocolo negocial entre o Governo e o sindicato do setor.
JF (PC) // JPS
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