
O secretário-geral do PS criticou este sábado a excessiva mediatização televisiva concedida “a meia centena de desordeiros” da extrema-direita. “Não deviam estar a dividir a imagem [com] metade para 50 desordeiros e a outra metade para as milhares de famílias que estavam a descer a Avenida da Liberdade”, disse, falando sobre os critérios televisivos.
“Vocês dividiram a imagem entre um evento que juntou nem meia centena de pessoas e outro com milhares e milhares”, afirmou, quando questionado pelos jornalistas sobre os incidentes registados na zona do Rossio, durante os quais a PSP deteve três pessoas, entre elas o líder do Ergue-te, o ex-juiz Fonseca e Castro, e Mário Machado, líder neonazi do Grupo 1143.
Pedro Nuno Santos falava à entrada da sessão de apresentação do Manifesto Jovem da JS, em Marvila. “O que é verdadeiramente importante é colocarmos a nossa atenção onde estavam milhares e milhares de pessoas, com crianças, com cidadãos mais idoso. Era aí que estava a alegria de um país e de um povo que olha para o 25 de Abril ainda como um sonho - um sonho por realizar, com muitas conquistas conseguidas, mas com muitas ainda por realizar”, insistiu.
E quanto à extrema-direita, “eles falam muito de ordem mas são os primeiros responsáveis pela desordem”, pelo que “a polícia deve fazer o seu trabalho e fazer cumprir a lei”.
Pedro Nuno Santos aproveitou ainda para acusar o primeiro-ministro de fugir a assumir responsabilidades pela situação atual no Serviço Nacional de Saúde (SNS), alegando que agora há mais serviços de urgência encerrados do que no ano passado.
“Temos muito mais urgências encerradas do que tivemos no ano passado, o que é preocupante. Temos mais urgências encerradas, mais mulheres a ter os seus partos em ambulâncias do que nos últimos anos, o que é verdadeiramente preocupante”, apontou.
De acordo com o secretário-geral do PS, “ao mesmo tempo que isto acontece, verifica-se uma contínua degradação do SNS, que ainda está pior do que estava no ano passado”.
Depois, atacou diretamente Luís Montenegro: “Temos ainda um primeiro-ministro incapaz de assumir responsabilidades, incapaz até de mostrar empatia face à realidade que muitos portugueses enfrentam na procura de umas urgências encontram encerradas.”
“Precisamos de um Governo que governa para todos e não apenas para uma minoria, como é o Governo da AD”, concluiu.