A 18 de maio de 2025, Portugal vai a eleições legislativas pela quarta vez em menos de seis anos. Neste quadro político, Portugal apresenta-se como uma das democracias mais instáveis da Europa Ocidental, manchando a imagem de confiança junto dos nossos parceiros internacionais e pondo em causa a credibilidade das nossas instituições. Num quadro geopolítico incerto e imprevisível, o nosso país permanece refém de joguinhos de poder, incapaz de definir uma visão clara para o futuro.
Este cenário político, indesejado por todos, permite, contudo, que se faça novamente a reflexão sobre o projeto de Futuro para Portugal. Os partidos e as campanhas devem-se focar em dar resposta aos anseios das novas gerações. Os casos e casinhos que provocaram a atual crise política devem ser discutidos e escrutinados por quem de direito: a comunicação social e a justiça do nosso país.
Não podemos continuar a ter em Portugal um sistema em que os políticos se focam maioritariamente nas estratégias para vencer adversários internos ou externos, e não realmente no trabalho para fazer a mudança na sua cidade ou país.
Com cada polémica, escândalo mediático ou promessa falhada, o desinteresse dos jovens pela política partidária aumenta. Jovens que cada vez mais procuram meios alternativos para intervir civicamente na sociedade, seja em Associações de Estudantes ou Associações Juvenis, em projetos de voluntariado ou mesmo em instituições de solidariedade social.
Neste quadro político existem várias questões que os jovens colocam:
- Como é que os partidos pretendem executar os 500 milhões de euros de investimento para a concretização do Plano Nacional do Alojamento do Ensino Superior até 2026?
- Como é que os partidos pretendem aumentar o número de psicólogos nas nossas Instituições?
- Como é que os partidos pretendem combater o aumento galopante do abandono escolar no Ensino Superior?
- Quais são as estratégias que os partidos pretendem implementar para combater a emigração qualificada em Portugal?
É nestas respostas, e a muitas outras, que a próxima campanha legislativa se deve focar. Se não o fizerem iremos assistir, sem dúvida, a um afastamento crescente entre os jovens e os seus representantes, e ao aprofundamento dos problemas estruturais do nosso país.
Vivemos um momento decisivo na história do nosso país. Cabe a nós jovens, protagonistas do presente do futuro, exigir dos nossos representantes propostas e soluções concretas para Portugal. Cabe aos nossos representantes trabalhar e executar os seus programas a pensar nas próximas gerações, e não nas próximas eleições.