Pelo menos duas pessoas foram mortas e outras dezenas continuam desaparecidas na comunidade de Mandela, no distrito de Muidumbe, na província moçambicana de Cabo Delgado, após um alegado ataque de terroristas, disseram esta terça-feira à Lusa fontes locais.
As mortes aconteceram esta segunda-feira nas matas de Mandela, a cerca de 50 quilómetros da sede do distrito de Muidumbe, após os terroristas capturarem as vítimas no campo de produção de uma destas, a cerca de cinco quilómetros da aldeia.
"Os terroristas apareceram na via da aldeia Homba e encontraram-se todos na cabana do dono da machamba (campo agrícola) e, de repente foram levados para parte incerta. Depois tivemos a triste notícia de que dois velhos, incluindo o dono da machamba, foram mortos e cabeças decepadas", disse à Lusa uma fonte a partir de Nanhala, distrito de Mueda.
Uma das vítimas é o padrasto de um homem morto anteriormente pelos rebeldes, nas margens do rio Messalo, deixando a viúva inconsolável.
"Meu filho foi morto e hoje é o meu marido, não sei quem me vai ajudar", disse, abalada, a viúva, a partir de Mandava, após escapar das mãos dos terroristas.
No grupo, estava igualmente a viúva de um homem de cerca de 40 anos, que foi morto pelos rebeldes, nas margens do rio Messalo, mas que seria libertada pelos rebeldes horas depois.
"Deixaram-me ir porque segundo eles não poderiam tirar a minha vida porque não queriam massacrar toda a minha família, mas foi mentira", lamentou a partir de Mandava.
Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Daesh.
O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio na sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que apoiam o país no combate aos grupos de insurgentes.