A rede social X continua bloqueada no Brasil por decisão do Supremo Tribunal brasileiro, apesar de a empresa do magnata Elon Musk ter nomeado um representante legal na sexta-feira, como exigia o tribunal.

O juiz Alexandre de Moraes pediu, neste sábado, à empresa novos documentos que comprovem a nomeação de um advogado e pediu ao Governo e ao Banco Central que informem sobre a situação cadastral da plataforma, segundo os media brasileiros.

Após três semanas de bloqueio, o X, anteriormente denominado Twitter, cedeu às exigências da Justiça, que investiga o papel da plataforma na disseminação de notícias falsas.

A decisão da rede social de nomear um representante legal ocorreu um dia depois de Alexandre de Moraes ter multado a empresa em cinco milhões de reais por dia (cerca de 800 mil euros, à taxa de câmbio atual) por tentar contornar o bloqueio.

Muitos dos milhões de brasileiros com conta na rede social recuperaram o acesso esta semana, depois de uma troca no IP do X.

A rede social explicou que mudou de provedor para prestar um melhor serviço aos utilizadores latino-americanos e não para contornar o bloqueio, mas o tribunal rejeitou a explicação.

Além disso, o magistrado apontou a Starlink, empresa de Internet via satélite que também pertence a Elon Musk, como responsável solidária caso a plataforma X não pague a multa.

A rede social anunciou em agosto o fecho do escritório no Brasil e disse que não cumpriria as ordens do Supremo Tribunal para eliminar determinados perfis de pessoas suspeitas de espalhar notícias falsas, por considerá-las "ilegais".

Musk lançou-se ao ataque a Alexandre de Moraes, responsável pela investigação, acusando-o de ser um "ditador com toga", e apoiou os apelos da extrema-direita brasileira ao ex-Presidente Jair Bolsonaro para o destituir.

Após o bloqueio da plataforma X, o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu à rede social para acatar as decisões do Supremo e afirmou que toda as empresas com presença no país devem cumprir as leis.