"O momento que seguiu de ameaças de sabotagem a algumas entidades e instituições, órgãos, de uma forma aberta, esse momento não ficou muito bem para a nossa sociedade, em que se proferiu ameaças a isto ou aquilo", declarou o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi.
O Presidente moçambicano falava, em Maputo, durante a receção de representantes da Associação Geração 8 de Março, referindo que, após a divulgação dos resultados das eleições de 09 de outubro pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), seguiram-se "diferentes tipos de pronunciamentos".
"Não quero julgar neste momento, mas também [seguiram-se] momentos em que houve proclamações de vitórias, de diferentes formas de manifestar, o que não é mau alguém pensar que ganharia ou ganhará, isso acontece em diferentes modalidades, mas as balizas existem, os regulamentos existem e são obedecidos", alertou.
Na sexta-feira, Moçambique viveu o terceiro dia da denominada "terceira fase" da quarta etapa de paralisações e manifestações de contestação dos resultados eleitorais convocadas por Venâncio Mondlane, que nega a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), com 70,67% dos votos, anunciada pela CNE.
De acordo com a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional, o qual não tem prazos para esse efeito e ainda está a analisar o contencioso.
Mondlane disse que os protestos são para manter "até que seja reposta a verdade eleitoral" e pediu três dias de "panelaço" - que terminam hoje, entre as 21:00 e as 22:00 locais -, que se têm feito ouvir em todo o país, a partir das varandas e janelas, e que têm degenerado em novos focos de violência nas ruas.
Após protestos nas ruas que paralisaram o país nos dias 21, 24 e 25 de outubro, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais e uma manifestação concentrada em Maputo, no passado dia 07, que provocou o caos na capital, com diversas barricadas, pneus em chamas e disparos de tiros e gás lacrimogéneo pela polícia, durante todo o dia.
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