Na mensagem, publicada no site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa sublinha a necessidade de “construção da unidade e da estabilidade” em nome da “justiça social, pela transparência (...) pela salvaguarda do pluralismo”. No entanto, reconhece os “legítimos anseios de variados setores políticos e sociais”.
O chefe de Estado português destaca ainda as "relações fraternais" e os sólidos "lados de cooperação" entre os dois "Estados-irmãos" e manifesta-se empenhado no reforço dos mesmos, "ao serviço do desenvolvimento sustentável, da justiça social, da plena realização do Povo Moçambicano".
Revela ainda que marcará presença, em junho, na comemoração dos 50 anos da independência de Moçambique.
"G aranto aos Moçambicanos, a todos os Moçambicanos, que podem contar sempre com os Portugueses e com Portugal."
Portugal representado por Rangel na tomada de posse
Portugal esteve esta quarta-feira representado na posse de Daniel Chapo como novo Presidente de Moçambique pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
O jornal Público esclarece que se tratou de uma decisão “concertada” entre Belém e São Bento, resultando numa “solução intermédia” que deixou Marcelo por cá.
Na sexta-feira, o Parlamento português aprovou, na generalidade, uma recomendação ao Governo para que não reconheça os resultados das eleições de 9 de outubro em Moçambique "devido às graves irregularidades e fraudes denunciadas e documentadas", com votos a favor de Chega, IL, BE e Livre, abstenções de PS, PSD e CDS-PP e votos contra do PCP.
Os contestados resultados
Nas eleições gerais de 9 de outubro os moçambicanos votaram para eleger a Assembleia da República, assembleias e governadores provinciais e Presidente da República.
Segundo o Conselho Constitucional, o candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) - partido no poder desde a independência do país, em 1975 -- venceu com 65,17% dos votos a eleição para Presidente da República.
Esse processo eleitoral foi criticado por observadores internacionais, que apontaram várias irregularidades, e gerou violência e protestos nas ruas, incitados por Venâncio Mondlane, candidato que reclamou vitória.