O príncipe herdeiro saudita apelou a Telavive que respeite a soberania do Irão e se abstenha de atacar território iraniano. Mohammed bin Salman também condenou um suposto genocídio de Israel na Faixa de Gaza e exigiu um cessar-fogo na Palestina e no Líbano.

"Apelamos à comunidade internacional para que assuma as responsabilidades [...] pondo fim imediatamente aos ataques israelitas contra os nossos irmãos na Palestina e no Líbano", declarou o príncipe herdeiro, insistindo na acusação a Israel de cometer "genocídio" na Faixa de Gaza. As declarações aconteceram esta segunda-feira na abertura de uma cimeira conjunta da Liga Árabe e da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), em Riade

O príncipe herdeiro descreveu o Irão como uma "república irmã", um sinal de uma melhoria nas relações entre os dois países, que terminaram em março de 2023 um conflito diplomático de sete anos graças a uma aproximação negociada sob a égide da China.

Os chefes de Estado e de Governo de mais de 50 países árabes e islâmicos reúnem-se esta segunda-feira em Riade para unificar posições sobre a forma de pressionar o fim das guerras de Israel em Gaza e no Líbano, que, em pouco mais de um ano, mataram mais de 46.000 pessoas, sobretudo no enclave palestiniano.

De acordo com fontes próximas da reunião, os líderes da OCI, composta por 57 países, incluindo os 22 membros da Liga Árabe, irão também discutir o financiamento da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), que Israel proibiu recentemente de trabalhar no seu território.

A Cimeira Extraordinária de Riade foi precedida domingo por uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da OCI, em que o chefe da diplomacia libanesa, Abdullah Bou Habib, apelou ao apoio à vontade de Beirute de colocar o exército libanês ao longo da fronteira com Israel, em conformidade com a resolução 1701 da ONU, a fim de pôr termo à guerra.