Alberto Gonzales, que foi procurador-geral dos EUA durante o mandato do presidente republicano George W. Bush, expressou o seu apoio à candidata presidencial democrata e vice-presidente dos EUA, Kamala Harris.
Em editorial na publicação digital Politico, recordou o seu passado de assessor presidencial e procurador-geral.
A acumulação destas duas experiências, "apesar de não o tornarem especial", como disse, dão-lhe, contudo, "uma perspetiva bastante única sobre a tomada de decisões presidenciais e a necessidade de eleger um presidente que respeite o Estado de Direito para salvaguardar as nossas liberdades e o nosso modo de estar", disse.
Natural do Estado do Texas, Gonzales foi conselheiro presidencial durante o primeiro mandato de George W. Bush (2001-2005) e procurador-geral de 2005 a 2007, nos dois primeiros anos do segundo.
Na sua mensagem realçou que a Presidência dos EUA é o posto "mais poderoso do mundo", e que, apesar de a Constituição, as leis e instituições como os tribunais, servirem de salvaguardas, é a integridade de quem ocupa o cargo que determina a existência ou não de abusos de poder.
Gonzales especificou que, à medida que as eleições de 5 de novembro se aproximam, não pode ficar quieto, quando o candidato republicano, Donald Trump, pretende regressar à Casa Branca, onde esteve entre 2017-2021.
O antigo procurador-geral entende que Trump "é a maior ameaça a um Estado de Direito" que conheceu no período de uma geração: "Por essa razão, se bem que seja republicano, decidi apoiar Kamala Harris para a presidência", disse.
No seu texto, sublinhou que "o poder embriaga" e que, dada a retórica e o comportamento do multimilionário nova-iorquino, parece mais provável que, em vez de respeitar o poder outorgado pela presidência, "vá abusar dele para obter benefícios pessoais e políticos".
Gonzales acrescentou que só falou uma vez com Trump e considerou que o facto de altos membros da sua Administração não lhe terem manifestado apoio nestas eleições é uma "acusação de caráter ao mesmo nível das suas muitas acusações penais".
A campanha de Harris e do seu candidato a vice-presidente, o governador do Estado do Minnesota, Tim Walz, celebrou hoje este apoio.
"No amplo espaço que a equipa Harris-Walz está a criar há espaço para todos os norte-americanos - independentemente do seu partido - que valorizem a democracia e o Estado de Direito e estejam dispostos a passar uma esponja sobre o caos e a divisão de Donald Trump", disse a sua equipa, em mensagem de correio eletrónico.