Os sindicatos dos professores - Fenprof e FNE - admitem que o Governo melhorou a proposta para minimizar a falta de professores nas escolas. No entanto, consideram que as medidas continuam a ser insuficientes. À saída da reunião, esta quarta-feira, defendem que o ministro da Educação podia ter ido mais longe.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) diz que as medidas apresentadas são insuficientes para resolver os problemas na Educação. O sindicalista José Feliciano Costa defende que as propostas da tutela "não são as medidas de fundo de que fala" o ministro da Educação.

O secretário-geral adjunto da Fenprof considera urgente tornar a carreira docente mais atrativa para responder à falta de professoras nas escolas.

No entanto, José Feliciano Costa reconhece que na proposta apresentada esta quarta-feira pelo ministro da Educação "há um conjunto de coisas" que vão ao encontro das reivindicações da Fenprof, como é o caso das alterações dirigidas aos docentes à beira da aposentação.«

Na semana passada, a tutela propunha oferecer 750 euros brutos aos docentes que aceitassem continuar a trabalhar quando atingissem a idade da reforma, ou seja, aos 66 anos e sete meses de idade e 40 anos de serviço.

Esta quarta-feira, segundo a Fenprof, a nova proposta prevê que possam aderir ao programa assim que atinjam a idade legal para se reformar, sendo sempre exigido os 40 anos de serviço, disse o sindicalista.

Já a possibilidade de fazerem dez horas extraordinárias por semana mantém-se, mas o representante da Fenprof recorda que "os professores já estão sobrecarregados", mas serão livres para, se o entenderem, trabalhar mais.

José Feliciano Costa classificou como "um plano de vistas curtas" aquele que foi apresentado este verão pelo ministério e que pretende chegar a dezembro de 2024 com uma redução de 90% de alunos sem aulas em relação aos valores registados no passado ano letivo.

Também a Federação Nacional da Educação (FNE) refere que o Governo apresentou uma nova proposta com contributos dos sindicatos. Ainda assim, à saída da reunião, Pedro Barreiros diz que o Governo poderia ter ido mais longe.

Além dos vários membros da equipa ministerial, na reunião desta quarta-feira esteve também presente a nova Diretora-Geral da Administração Escolar (DGAE), segundo informação divulgada na terça-feira pelo gabinete do ministro.