"Esperemos que nesta legislatura os senhores deputados cumpram aquilo que foi assumido com os cidadãos em geral e com os professores em particular (…) Há compromissos que foram assumidos, agora falta cumpri-los", lembra Francisco Oliveira no dia em que se comemora a Revolução de 1974, que abriu as portas para a democratização da educação em Portugal.

O coordenador do Sindicato dos Professores da Madeira (SPM) falava à porta do Parlamento regional, numa manifestação que esta estrutura tem repetido ao longo dos últimos anos, para 'trazer à rua' algumas das principais reivindicações dos docentes madeirenses.

Nós temos criado esta tradição de, no dia de 25 de Abril, estarmos à porta da Assembleia para falarmos com os nossos deputados, exigir-lhes responsabilidade e também, através da entrega de um cravo, lembrarmos porque é que estamos aqui, porque é que chegamos a uma sociedade tão aberta em que nos podemos expressar livremente Francisco Oliveira, coordenador do Sindicato dos Professores da Madeira (SPM)

Entre as principais reivindicações do SPM destaca-se a “vinculação imediata” de todos os professores contratados.

"A Madeira é a região onde [a vinculação] demora mais. São cinco anos actualmente. No continente e nos Açores são três anos e nós achámos que há condições para a vinculação imediata de todos aqueles que estão neste momento a trabalhar. Porquê? Porque fazem falta", defendeu Francisco Oliveira.

O dirigente sindical realça que, "neste momento não há qualquer grupo disciplinar com excepção de educação física onde é possível substituir um professor que, por alguma razão, esteja doente ou esteja de licença".

"Aquilo que nós achámos é que temos que fixar rapidamente os professores. Dar-lhes estabilidade, àqueles que estão contratados e trazer outros, porque só os que estão não chegam. Nós achámos que a Secretaria tem que apostar nessa vinculação", reforçou, sublinhando que "há outras medidas [a tomar]", além da reparação do tempo de serviço, que se iniciou na Madeira.

Para aqueles que já estão na carreira é necessário regularizá-la. Há muito tempo de serviço para além do congelado que não contou ainda. Há barreiras artificiais que são as vagas em determinados escalões Francisco Oliveira, coordenador do Sindicato dos Professores da Madeira (SPM)

Francisco Oliveira ressalvou que, caso não seja possível a desejada vinculação imediata, é necessário diminuir o tempo para que esta aconteça, de forma a fixar docentes na Região, através de "vinculações extraordinárias".

"Todo o professor que nós conseguirmos trazer para a educação e fixá-lo é fundamental, uma vez que nós sabemos que há muitas escolas que estão com grande dificuldade e debaixo de uma ameaça de ruptura por falta de docentes", evidenciou.

Outras medidas propostas pelo SPM passam por "dar formação profissional àqueles que só têm a formação científica, através da Universidade de Madeira, em acordo com a Secretaria Regional de Educação".

Num gesto simbólico, os professores sindicalizados ofereceram cravos aos deputados, à entrada para a sessão solene comemorativa do 25 de Abril. Ficava subentendido o 'recado':

Temos de trabalhar em conjunto com a Assembleia Legislativa Regional, em conjunto com a Secretaria de Educação. É por isso que estamos cá hoje, para lembrar isso e vamos continuar a exigir aqueles que são os nossos direitos Francisco Oliveira, coordenador do Sindicato dos Professores da Madeira (SPM)

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