Os clientes com consumos mais elevados de eletricidade conseguem poupar no mercado liberalizado, face ao regulado, até 224 euros, mas no gás natural as poupanças são nulas, informou, esta segunda-feira, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).

De acordo com os boletins das ofertas comerciais de eletricidade e de gás natural relativos ao primeiro trimestre deste ano, divulgados pelo regulador, "na comparação entre a oferta de eletricidade mais competitiva e a oferta do mercado regulado conclui-se que os consumidores com consumos anuais mais elevados são os que conseguem poupar mais, em termos absolutos, se optarem pelo mercado liberalizado".

Vamos a exemplos...

Assim, um casal com quatro filhos, consumo anual de 10.900 quilowatts-hora (kWh), consumo em vazio de 40% e potência contratada de 13,8 quilovolt-ampere (kVA) (consumidor tipo 3) "pode poupar 224 euros por ano no contrato de eletricidade (poupança de 9%)", enquanto um casal sem filhos, com consumo anual de eletricidade de 1.900 kWh, consumo em vazio de 40% e potência contratada de 3,45 kVA (consumidor tipo 1) "pode poupar 48 euros por ano (poupança de 11%)".

Também nas oferta duais (eletricidade + gás natural), é o consumidor tipo 1 que apresenta uma maior poupança face ao mercado regulado, com um valor de 23 euros/ano (poupança de 1%).

Nestes casos, o consumidor tipo 1 poderá poupar até 16 euros/ano (poupança de 3%), sendo que a poupança é nula para um casal com dois filhos, com consumo anual de eletricidade de 5.000 kWh, consumo em vazio de 40% e potência contratada de 6,9 kVA (consumidor tipo 2).

O regulador salientou que "entre os comercializadores com ofertas de eletricidade e duais, nem todos apresentam ofertas comerciais mais competitivas do que a tarifa regulada", acrescentando que "dos 24 comercializadores com ofertas de eletricidade, entre 13 e 16 têm ofertas inferiores à tarifa regulada, consoante o consumidor tipo".

Já dos oito comercializadores com ofertas duais, três apresentam ofertas mais competitivas do que a tarifa regulada, no caso do consumidor tipo 1, e apenas um comercializador apresenta ofertas mais competitivas do que a tarifa regulada, para o consumidor tipo 3.

Segundo a ERSE, para o consumidor tipo 2, não existem comercializadores com preços mais competitivos do que a tarifa regulada.

Gás natural (com exemplos)

O regulador concluiu ainda que, no que diz respeito às ofertas de gás natural, "as poupanças no mercado liberalizado são nulas, não existindo qualquer oferta comercial mais competitiva do que o mercado regulado, para os três consumidores tipo".

No caso da oferta dual, um casal com quatro filhos, aquecimento central e consumo anual até 640 metros cúbicos (m3) (consumidor tipo 3) que apresenta uma maior poupança, em termos absolutos, face ao mercado regulado, com um valor de 23 euros/ano (poupança de 1%).

Para um casal sem filhos, sem aquecimento central e um consumo anual até 138 m3 (consumidor tipo 1), a poupança atinge 16 euros/ano (poupança de 3%), sendo nula para o consumidor tipo 2, que corresponde a um casal com dois filhos, sem aquecimento central e com um consumo anual até 292 m3.

Segundo dados da ERSE, "entre os 10 comercializadores com ofertas de gás verifica-se que nenhum comercializador apresenta ofertas comerciais mais competitivas do que a tarifa regulada", sendo que "nas ofertas duais, dos oito comercializadores, três apresentam ofertas mais competitivas do que a tarifa regulada, no caso do consumidor tipo 1, e apenas um comercializador apresenta ofertas mais competitivas do que a tarifa regulada, para o consumidor tipo 3".

Já para o consumidor tipo 2 "não existem comercializadores com preços mais competitivos do que a tarifa regulada".