Inclusão, reconhecimento dos esforços nas áreas STEM e um valente empurrão ao crescimento de soluções inovadoras que se distinguem por pôr a tecnologia ao serviço da sociedade são a força que sustenta e une os projetos premiados nesta tarde. Em mais uma edição dos Altice Innovation Awards, foram distribuídos 100 mil euros e distinguidos não apenas os projetos mais disruptivos mas também a excelência académica, através do Reconhecimento Alcino Lavrador, "iniciativa que homenageia os melhores alunos de mestrado e licenciatura nas áreas de Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica (TICE) e Science, Technology, Engineering and Mathematics (STEM), de universidades e politécnicos parceiros da Altice Labs.
Nesta edição, o AIIA, um dos maiores prémios monetários do país ao serviço da inovação tecnológica disruptiva e que há oito anos vem ajudando a desenvolver projetos com impacto social notável, registou 91 candidaturas de países como o Luxemburgo, a Irlanda, os Estados Unidos, a Alemanha, a Polónia, a Estónia, Espanha ou a Croácia.
A startup vencedora, cujo pitch foi levado à Estufa Fria, em Lisboa, por uma das fundadoras, Joana Paiva, doutorada em Física pela Universidade do Porto e a viver em Berlim, foi a grande vencedora, levando 75 mil euros (um aumento de 50% relativamente ao atribuído no último ano). A deeptech Seedsight, que nasceu incubada na UPTEC, criou uma plataforma com soluções avançadas que permitem avaliar a qualidade dos cereais e grãos, de forma a deles retirar as melhores qualidades e quantidade no desenvolvimento de farinhas. Desta forma, a empresa pretende não apenas melhorar radicalmente a produtividade da indústria de cereais e grãos como oferecer um caminho mais eficiente para alimentar o mundo, nomeadamente em regiões em desenvolvimento, como África ou Ásia.
I can hear you, my son!/LYNX, nascida na Universidade de Coimbra pela mão de João Marcos, foi a escolhida na categoria INCLUI by Fundação Altice, e que leva um prémio de 25 mil euros (mais 5 mil do que em 2023) para desenvolver "soluções de aparelhos auditivos acessíveis a pessoas com limitações auditivas, promovendo maior inclusão e acessibilidade através da tecnologia". Tirando partido dos aparelhos eletrónicos habitualmente utilizados, como auriculares e smartphones, esta solução Lynx pretende ajudar famílias, instituições de caridade e outras com uma aplicação que promove a audição, sendo de baixo custo de forma a poder ser amplamente aplicada no combate ao isolamento ou fases iniciais da demência, mas também nas relações mais próximas.
O projeto apresentado não pretende ser uma alternativa aos comuns aparelhos, mas antes se desenvolve numa box que pretende ajudar quem tem dificuldades auditivas a escutar momentos específicos, seja numa interação com familiares ou amigos seja num ambiente ruidoso, permitindo equalizar sons, filtrar ruído e adaptar-se a quem a utiliza graças à tecnologia presente na plataforma. E que poderá desenvolver-se com ligações, por exemplo, ao servidor de comunicações e televisão de forma a ser aplicado em contextos do dia-a-dia, em que a comunicação seria um problema. Os exemplos dados pelo fundador são bem representativos: imagine um lar em que, através da box, pudesse sintonizar especificidades e ser ouvido por cada um dos velhotes; ou poder conversar longamente com a avó que há anos não entende nada do que lhe diz ao telefone.
Distinguida foi ainda a ideia da N10GLED de Rui Semide, na categoria Born from Knowledge (BfK) Awards, da Agência Nacional de Inovação (ANI), que reconhece projetos de base científica com elevado impacto no mercado. O projeto de quantum computing visando a máxima segurança cibernética e nas comunicações através de um sistema de base e de satélite, que já levantou financiamento junto do Banco Europeu de Investimento, levou um prémio de 2.500 euros, destacando-se pelo potencial disruptivo.
O mesmo valor foi entregue aos 12 alunos selecionados no âmbito do tributo ao legado de Alcino Lavrador, antigo diretor-geral da Altice Labs e "figura marcante pela sua liderança e dedicação à inovação", refletindo o "compromisso da Altice Portugal em valorizar a excelência académica e o talento emergente, impulsionando a ligação entre o mundo académico e a indústria".
A escolha do júri, que juntou a CEO da Altice Portugal, Ana Figueiredo, João Paulo Firmeza, diretor-geral da Altice Labs, Gil Azevedo e Luís Rodrigues, respetivamente executive director da Fábrica de Unicórnios de Lisboa e da Startup Braga, e ainda Henrique Martins (prof. ISCTE-IUL, FCS-UBI CLSBE), Miguel Castro Neto (Nova IMS), Rui Calçada (dean da FEUP), Sílvia Garcia (administradora da ANI) e Teresa Salema, diretora da Fundação Altice, não foi fácil entre uma lista de finalistas que levaram ao palco dos Altice Innovation Awards seis startups em fase de early-stage altamente disruptivas em áreas tecnológicas relevantes como inteligência artificial, segurança cibernética, saúde digital, tecnologia assistida e comunicação quântica, ou promotoras de inclusão digital, acessibilidade à comunicação e para pessoas com necessidades especiais.
Além dos premiados, os projetos finalistas beneficiam ainda de um conjunto de apoios adicionais, em parcerias estratégicas com a Fábrica de Unicórnios de Lisboa, para apoio na fase de incubação e na angariação de capital, e com a Startup Braga, com condições privilegiadas de acesso aos seus serviços de incubação.