O Reino Unido deu início à libertação antecipada de 1.750 detidos para atenuar a pressão nas prisões. O Governo trabalhista britânico tinha anunciado a medida em meados de julho.

Com as prisões "à beira do colapso", o Executivo tinha-se referido ao risco de não existirem lugares disponíveis nas prisões britânicas "dentro de algumas semanas". No início de julho, o Reino Unido tinha cerca de 84.000 pessoas detidas e apenas existiam 700 lugares disponíveis.

De acordo com o Ministério da Justiça britânico, as prisões estão geralmente ocupadas em 99% da capacidade desde 2023.

O inspetor-chefe das prisões britânicas, Charlie Taylor, assume que é um risco libertar tantos reclusos ao mesmo tempo. As prisões correm o risco de se tornarem "numa porta giratória", disse à SkyNews.

A medida "representa alguns riscos para as comunidades e uma pressão maior sobre os serviços de liberdade condicional que já estão sobrecarregados", afirmou.

"Ponto absoluto de rutura"

Caso permanecesse a atual situação, os tribunais seriam forçados a adiar o envio para a prisão de delinquentes, o que "colocaria a população em risco face a uma criminalidade descontrolada", disse a ministra da Justiça Shabana Mahmood.

Esta abordagem foi partilhada pelo inspetor-chefe das prisões, Charlie Taylor, ao referir que a situação se encontrava "num ponto absoluto de rutura".

"Deixe-me ser clara: trata-se de uma medida de urgência. Não constitui uma alteração permanente. Estou convencida que os criminosos devem ser punidos", disse ainda a ministra.

As pessoas condenadas a penas de quatro anos ou mais, ou por infrações sexuais, são excluídas do novo dispositivo de libertação antecipada.

A libertação antecipada de milhares de reclusos coincide com um relatório condenatório do inspetor-chefe, que descreve um "quadro devastador" da vida atrás das grades, com "um aumento do uso de drogas ilícitas, automutilação e violência".

Em outubro está prevista a libertação de mais dois mil reclusos.