
Rui Tavares ficou surpreendido com a inclusão de Hernani Dias nas listas da AD como cabeça de lista por Bragança. “Para Luís Montenegro, a ética é uma batata. O secretário de Estado que cometeu uma imprudência que lhe valeu sair do Governo, passado uns dias é reciclado e candidato outra vez”, afirmou.
Para o Livre, a ética nem é uma “batata” nem um “luxo”. Como tal, tem várias propostas para “legislar” e “implementar” a ética. O partido quer que os ministros passem por uma audição no Parlamento que permita “apanhar os conflitos de interesse” antes da tomada de posse, à imagem do que já acontece no Parlamento Europeu. “Não custa mais um euro implementar isto em Portugal. Temos de decidir todos que a fasquia tem de estar mais alta.”
Voltando ao tema dos debates, e respondendo a Luís Montenegro (que disse estar estupefacto com as críticas dos partidos à decisão da AD de enviar Nuno Melo aos debates com Livre, Bloco de Esquerda e PAN), Rui Tavares disse que Luís Montenegro “tem estado a surpreender pela enorme lata”. “Um primeiro-ministro com sentido de responsabilidade aparece ao debate. Se não aparece é porque não quer esclarecer”, atirou à margem de uma visita à Futurália.
Respondendo também a Paulo Núncio, que esta quinta-feira considerou em declarações ao Expresso que vê “medo” em quem não quer debater com Nuno Melo, Rui Tavares considera que o líder parlamentar do CDS “está a inventar umas coisas”. “Tenho todo o prazer em debater com Nuno Melo se ele for candidato a primeiro-ministro. A questão da coragem é do CDS. Terá o CDS coragem de se apresentar sozinho a eleições?”, respondeu.
“Não é nem responsável, nem honesto, nem ético” que todos os partidos que concorrem sozinhos não tenham a oportunidade de fazer “as perguntas que importam” a Luís Montenegro, rematou.