Trump reiterou as declarações sobre a anexação da Gronelândia, território dinamarquês no Ártico, uma situação que já tinha colocado no primeiro mandato como chefe de Estado (2017-2021).
"O Ártico é uma área do nosso interesse nacional, estamos presentes e continuaremos a estar. Queremos manter a paz e a estabilidade nesta região e estamos prontos a interagir com todas as partes para esse fim", disse hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas.
"Estamos a acompanhar de perto o desenvolvimento bastante dramático da situação que, graças a Deus, até agora se tem mantido ao nível das declarações", continuou.
As rivalidades na região do Ártico estão a aumentar devido à importância estratégica e aos supostos recursos minerais.
Os Estados Unidos têm uma base militar na Gronelândia.
Numa conferência de imprensa na terça-feira, Donald Trump recusou-se a excluir o uso da força para anexar este território autónomo da Dinamarca.
Anteriormente já tinha declarado que o controlo da Gronelândia era "uma necessidade absoluta" para "a segurança nacional e a liberdade em todo o mundo".
Estas declarações suscitaram o protesto das capitais europeias, que exigiram o respeito pela soberania da Dinamarca sobre o território, enquanto o Reino Unido se recusou a condenar as declarações do seu "aliado mais próximo".
Reagindo aos comentários dos europeus, Dmitri Peskov tentou estabelecer um paralelo com as quatro regiões ucranianas anexadas por Moscovo em 2022, na sequência de referendos que não foram reconhecidos no estrangeiro.
"Se estamos a falar da necessidade de ter em conta as opiniões das pessoas, talvez devêssemos também recordar as opiniões dos habitantes das quatro novas regiões da Federação Russa. E mostrar o mesmo respeito pela opinião do povo" da Gronelândia, disse Peskov.
PSP//APN
Lusa/fim