Grupos na Rússia criaram e ajudaram a espalhar desinformação que se tornou viral e que visou o candidato democrata à vice-presidência, Tim Walz, adiantou fonte oficial dos serviços de informação dos EUA.
O conteúdo, que inclui acusações infundadas sobre a época em que o governador do Minnesota foi professor, contém vários indícios de que foi manipulado, referiu um responsável do Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional.
Os analistas identificaram pistas que ligavam o conteúdo às operações de desinformação russas, acrescentou o responsável, que falou aos jornalistas sob anonimato.
Os investigadores já tinham ligado o vídeo à Rússia, mas o anúncio desta terça-feira é a primeira vez que as autoridades federais confirmam a ligação.
A desinformação dirigida a Walz é consistente com a desinformação russa que procura minar a campanha democrata da vice-presidente Kamala Harris e de Walz, o seu companheiro de corrida.
A Rússia também espalhou desinformação com o objetivo de alimentar a discórdia e a divisão antes da votação e pode procurar encorajar protestos violentos após o dia das eleições, vincaram as autoridades.
Analistas da Microsoft revelaram em setembro que um vídeo viral que afirmava infundadamente que Harris tinha deixado uma mulher paralisada num atropelamento há 13 anos era desinformação russa.
Mais recentemente, surgiu um vídeo com um homem que afirma ser um ex-aluno de Walz que acusou o candidato de má conduta sexual há anos.
Investigadores privados de empresas que rastreiam a desinformação, incluindo a NewsGuard, já concluíram que o vídeo era falso e que o homem nas filmagens não é quem dizia ser.
Alguns investigadores sugeriram ainda que o vídeo pode conter provas de que foi criado com recurso a inteligência artificial, mas as autoridades federais não chegaram à mesma conclusão, dizendo apenas que o vídeo continha múltiplas indicações de manipulação.
A China e o Irão também procuraram influenciar as eleições nos EUA através da desinformação 'online'. Embora a Rússia tenha como alvo a campanha democrata, o Irão perseguiu o republicano Donald Trump com desinformação e também com ataques informáticos à campanha do antigo presidente.
A China, entretanto, concentrou os seus esforços de influência nas disputas eleitorais negativas e nos esforços gerais para semear a desconfiança e a insatisfação com a democracia.
Não há indicação de que a Rússia, a China ou o Irão, que rejeitam as alegações, estejam a planear ataques significativos às infraestruturas eleitorais como forma de perturbar o resultado, garantiram hoje as autoridades.
Jen Easterly, diretora da Agência de Segurança Cibernética e de Infraestruturas dos EUA, afirmou que as melhorias na segurança eleitoral significam que não há forma de qualquer outro agente estrangeiro ser capaz de alterar os resultados.