A Junta militar no poder no Myanmar (antiga Birmânia) atualizou, este sábado, o número de mortos provocado pelo sismo que atingiu o país e também a vizinha Tailândia.

Pelo menos 1002 pessoas foram retiradas sem vida dos escombros, enquanto há também registo de 2376 feridos. O número poderá ser provisório já que continuam as operações de busca.

A região mais afetada é Mandalay, a segunda cidade do Myanmar, localizada no centro do país e perto do epicentro do sismo, que teve magnitude de 7,7.

“Foi uma noite bastante desconfortável para muitas pessoas. Escolheram dormir ao ar livre. Vimo-las nos parques a colocar colchões fora das suas casas”, relatou Tony Cheng, jornalista da Al-Jazeera, desde a capital do país, Naypyidaw.

“Ainda houve réplicas, várias sentidas esta manhã [de sábado]. Não foram significativamente grandes, mas o suficiente para fazer com que as pessoas se sentissem desconfortáveis.”

Operações de resgate em Banguecoque, capital da Tailândia
Operações de resgate em Banguecoque, capital da Tailândia Lauren DeCicca / Getty Images

O abalo sísmico, de magnitude de 7,7, foi atingido também na vizinha Tailândia, mas o impacto foi incomparavelmente menor. Segundo o jornal “Bangkok Post”, até ao momento, estão confirmados dez mortos e 16 feridos, na área de Banguecoque, a capital. Há ainda 101 pessoas desaparecidas.

Na Tailândia, as operações de socorro estão concentradas na capital, onde um edifício em construção desabou com o tremor de terra. Estima-se que lá estivessem a trabalhar à volta de 100 pessoas. Junto ao local, há muita angústia, já que há trabalhadores vivos sob escombros que enviaram fotografias às famílias.

Vários países já se disponibilizaram para enviar equipas de resgate para Myanmar em apoio das operações de busca por sobreviventes que ainda possam estar encurralados sobre os escombros.

Um dos trabalhadores encurralados enviou esta foto à esposa, em Banguecoque
Um dos trabalhadores encurralados enviou esta foto à esposa, em Banguecoque Lauren DeCicca / Getty Images

Numa rara medida no país, os líderes militares do Myanmar — um dos países mais isolados do mundo — solicitaram ajuda internacional para lidar com as consequências do terramoto. No passado, durante grandes catástrofes naturais, rejeitaram ofertas de ajuda internacional.

De acordo com a televisão estatal chinesa CCTV, este sábado, partiram para Myanmar uma equipa de resgate de 82 pessoas e uma equipa médica composta por 37 pessoas para ajudar nas buscas. A China é o aliado mais importante dos militares no poder e um dos seus maiores parceiros comerciais, com importantes investimentos nas áreas dos minérios, petróleo e do gás natural.

Este sábado, quer Xi Jinping (Presidente da China) quer Li Qiang (primeiro-ministro) enviaram as condolências ao líder da Junta militar no poder no Myanmar, Min Aung Hlaing.

A União Europeia também já participa na assistência a Myanmar. Na rede social X, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou que “os satélites [do programa] Copernicus da Europa já estão a ajudar os socorristas” e disponibilizou 2,5 milhões de euros de ajuda.