O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou o Relatório de Indicadores Básicos do Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS) 2023-2024, dos dados recolhidos cinco anos antes do inquérito, prevendo-se para abril deste ano a distribuição do relatório final.
O relatório indica que de 2017 a 2022 houve uma redução, quando comparada aos dados do IIMS 2015-2016, passando os óbitos em crianças menores de 5 anos de 68 para 52, por mil nascidos vivos, a mortalidade em crianças lactentes de 44 para 32, por mil nascidos vivos, e as mortes neonatais de 24 para 16, por mil nascidos vivos.
Relativamente aos cuidados maternos, no IIMS 2023-2024 adianta-se que houve uma redução de quatro pontos percentuais (81% para 77%), comparativamente à última recolha, nas mulheres que receberam consultas pré-natais realizadas por um profissional de saúde qualificado.
Entretanto, houve um decréscimo na proporção de mulheres que foram protegidas contra o tétano neonatal nos dois anos anteriores ao inquérito, passando de 64% do IIMS 2015--2016 para 49% no inquérito atual.
Também a percentagem de mulheres que tiveram partos assistidos por um profissional de saúde qualificado registou um ligeiro decréscimo relativamente ao IIMS 2015-- 2016, passando de 51% para 50%.
No que se refere à taxa de fecundidade, na informação salienta-se que, comparativamente ao IIMS 2015--2016, a taxa de fecundidade geral reduziu, passando de 6,2 filhos por cada mulher em idade reprodutiva (15-49 anos) para 4,8 filhos por cada mulher no IIMS 2023--2024.
"A fecundidade entre adolescentes de 15--19 anos é de 122 filhos por 1.000 mulheres. A taxa global de fecundidade é máxima no grupo de idade dos 20--24 anos, com 203 filhos por 1.000 mulheres", salienta-se.
Em Angola, realça-se ainda na pesquisa, "a fecundidade entre adolescentes é mais elevada na área rural. Em média, as mulheres de 15--19 anos da área rural têm 195 filhos por 1.000 mulheres, e as mulheres na área urbana têm 88 filhos por 1.000 mulheres".
Sobre a situação da malária no país, doença endémica e a principal causa de morte em Angola, refere-se que a percentagem de agregados familiares que possuem pelo menos um mosquiteiro tratado é de 28,8%, e maior na zona rural (31,2) que na zona urbana (27,2).
A situação da vacinação infantil revela que a percentagem de crianças dos 12 aos 23 meses vacinadas contra doenças infantis é de 29,4% e significativamente mais alta na zona urbana (43,6%) em relação à zona urbana (14,3%), registando-se uma redução de dois pontos percentuais (31% para 29%) relativamente ao IIMS 2015-2016.
A percentagem de crianças menores de 5 anos com malnutrição geral grave é de 6,3, sendo 5,1 para a zona urbana e 7,7 para as áreas rurais.
No inquérito detalha-e ainda que a percentagem de crianças menores de 5 anos com malnutrição crónica grave é de 16,4, sendo 11 na zona urbana e 22,9 na zona rural, enquanto a percentagem de crianças menores de 5 anos com malnutrição aguda grave é de 1,6, sendo 2 na zona urbana e 1,1 na zona rural.
"Em relação ao estado nutricional das crianças, comparativamente ao IIMS 2015--2016, houve um aumento de dois pontos percentuais (de 38% para 40%) de desnutrição crónica em crianças menores de 5 anos", lê-se no documento.
O trabalho de campo teve início a 07 de agosto de 2023 em todas as províncias, com dados recolhidos por 21 equipas.
NME // JMC
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