A União Europeia (UE) e os países do Conselho de Cooperação do Golfo realizam na quarta-feira a primeira cimeira conjunta, em Bruxelas, para abordar os conflitos no Médio Oriente e na Ucrânia, e melhorar as parcerias comerciais. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, vai participar na reunião.
A cimeira foi organizada com o propósito de "desenvolver uma parceria mais próxima" com os países que compõem o Conselho de Cooperação do Golfo (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Omã, Bahrein, Catar e Kuwait), que são classificados como "parceiros geoestratégicos" em "circunstâncias geopolíticas desafiantes", de acordo com um comunicado divulgado.
A reunião vai ser dominada pelos conflitos no Médio Oriente e na Ucrânia. Os países do Conselho de Cooperação do Golfo têm uma esfera de influência maior do que a UE no Médio Oriente, nomeadamente no Irão e no Líbano.
Fonte europeia considerou que vai ser possível encontrar uma declaração conjunta dos dois blocos político-económicos sobre o conflito naquela região, uma vez que "todos querem um cessar-fogo".
O conflito no Médio Oriente agravou-se há um ano com a invasão israelita do enclave palestiniano da Faixa de Gaza, na sequência de um atentado perpetrado pelo movimento radical Hamas, que opera naquele território. O envolvimento do Hezbollah, grupo miliciano apoiado por Teerão e que opera no Líbano, conduziu a uma invasão israelita ao território libanês.
As incursões de Israel estão a ser amplamente criticadas pela generalidade da comunidade internacional, que acusa Telavive de uma intervenção militar desproporcionada e sem qualquer preocupação pelos civis (há dezenas de milhares de mortos em Gaza por causa dos bombardeamentos israelitas).
A guerra na Ucrânia, que começou em 2014, mas que se agravou em fevereiro de 2022, também vai ser discutida, mas aqui uma posição conjunta poderá ser mais complicada. Os países do Conselho de Cooperação do Golfo "têm as suas próprias relações com a Rússia, que não são exatamente as mesmas que a UE", reconheceu a mesma fonte.
Países como a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Qatar têm uma posição mais favorável à Rússia e não deixaram de comercializar com Moscovo, apesar dos apelos feitos pelos países da União Europeia e dos Estados Unidos da América.