A Universidade de Yale vai criar um curso sobre a cantora Beyoncé. A ideia é ensinar sobre a história e cultura afro-americana através da música da diva.
O curso chama-se: “Beyoncé Faz História: História, Cultura, Teoria e Política da Tradição Radical Negra através da Música”. As aulas arrancam já no próximo semestre e o currículo vai ser lecionado pela escritora norte-americana e especialista em estudos afro-americanos Daphne Brooks.
A autora já tem experiência neste campo, tendo mesmo chegado a dar um curso sobre mulheres negras na cultura da música pop em Princeton, outra universidade norte-americana de renome.
“Esta é a primeira oportunidade que tenho de dedicar um curso inteiro à surpreendente mudança sociopolítica e intelectual no repertório de Beyoncé”, afirmou Daphne Brooks, em declarações ao jornal The Guardian.
O curso, explica, pretende “explorar o trabalho” da cantora e perceber como “a memória histórica, as políticas e filosofia feministas e de libertação negras” foram evoluindo, ao longo da última década.
A autora conta que a criação do curso está a gerar “ondas e ondas de entusiasmo”, não só entre os estudantes da universidade, mas também entre o corpo docente e os funcionários da universidade.
Quando as estrelas pop chegam à academia
Este não é o primeiro curso de um grande universidade norte-americana centrado numa estrela musical da atualidade. Recentemente, instituições de ensino norte-americanas como a Universidade de Harvard e a Universidade de Stanford lecionaram cursos dedicados a outro dos grandes nomes do pop nos dias que correm, a cantora Taylor Swift. Este será, contudo, o primeiro dedicado à estrela afro-americana.
Aos 43 anos, Beyoncé é um dos maiores fenómenos de sempre da música norte-americana – atravessando géneros musicais, do R&B ao Pop e até mesmo Country. Já venceu 32 prémios Grammy, os mais destacados troféus da indústria musical.
A influência da artista transcende, contudo, o meio da música – adquirindo contornos político-culturais. Nas últimas eleições norte-americanas, emprestou uma das suas canções - “Freedom” - à campanha da democrata, Kamala Harris, que apoiou publicamente, tendo mesmo discursado num comício da candidata. A cantora tinha já atuado nas cerimónias de investidura do primeiro (e, até ao momento, único) presidente negro dos Estados unidos da América, Barack Obama, em 2009 e em 2013.