O Orçamento para 2025 é “um logro” e uma “traição à direita” que vai contar com o voto contra dos 50 deputados do Chega. Depois de já ter anunciado por várias vezes que votaria contra, depois de admitido o voto a favor ao prometer “fazer tudo para evitar uma crise política”, depois de ter dito que chegou a negociar um acordo com o primeiro-ministro (e de este ter desmentido), André Ventura anunciou esta terça-feira que vai votar contra a proposta de OE entregue na semana passada no Parlamento.

Desta vez, o líder do Chega baseou a sua oposição à proposta de OE na “brutal arrecadação de impostos sobre os combustíveis levada a cabo pelo Governo”, nomeadamente nos impostos indiretos e, muito em concreto, na taxação de combustíveis. “Não era obrigatório, nem necessário continuar a ter receitas de ISP como as que estão previstas no Orçamento do Estado”, afirmou Ventura, para quem os impostos indiretos representam um “encargo brutal sobre as famílias” que o Governo tentou iludir.

“É vir mentir às pessoas e dizer que temos um OE com menos impostos, mas vamos atirar-lhes à mesma com os impostos indiretos. É um logo e um engano fiscal que o Governo quer levar a cabo. Um logro e um engano que nunca seria possível num acordo com o Chega”, acusou André Ventura, para anunciar: “Não é o nosso Orçamento, não nos revemos nele. Por isso, o Chega votará contra.”

Para o presidente do Chega, a proposta de OE que será votada no fim do mês “apenas demonstra como a direita está a governar como a esquerda” e é “uma traição profunda à direita e ao seu eleitorado”. “Foi tudo isto que combatemos durante oito anos”, acrescentou, apontando, por exemplo, o aumento da taxa de carbono, que será de 21,9%, o que representa uma arrecadação de mais 753 milhões de euros de receita.

“O Governo quer dar em IRS o que vai buscar às bombas de gasolina e aos contribuintes”, disse também Ventura, que acusou o Governo de fazer “contabilidade criativa”, de “maquilhar” as contas e de “seguir a mesma lógica dos orçamentos do PS”.