A fase regular da Champions está prestes a começar e apesar do novo formato de liga, que beneficia claramente os mais fortes, esperamos continuar a ter histórias absolutamente utópicas dignas dos sonhos mais criativos e ambiciosos.

A análise da plataforma Opta mostra as probabilidades que todas as equipas têm de chegar às fases mais adiantadas, tendo em conta o sorteio. Sporting tem a 14.ª maior hipótese de passar aos 16 avos de final enquanto o Benfica tem a 21.ª maior probabilidade.

Contudo, quem poderão ser as equipas que podem escrever os seus nomes a tinta permanente na primeira edição da nova versão da competição milionária?

Celtic

O campeonato escocês já leva cinco jornadas e o Celtic ainda não só não perdeu pontos como manteve a sua baliza impenetrável, com um Old Firm Derby e uma eliminatória da taça pelo meio. Importante ainda salientar as vitórias a Manchester City e Chelsea na pré-temporada com um total de oito golos marcados.

A equipa de Brendan Rodgers parte de um 4-3-3 em que projeta o lateral direito, seja ele Anthony Ralston ou Alistair Johnston e mete os extremos próximos da baliza. Já leva 14 golos na temporada distribuídos por 10 marcadores distintos, sempre com os nipónicos Reo Hatate, Kyogo Furuhashi e Daizen Maeda em evidência. É verdade que perderam a sua maior figura (Matt O’Riley saiu para o Brighton) mas o lugar parece estar bem entregue seja a Arne Engels ou a Luke McCowan.

O sorteio da Champions foi bastante simpático, no que é possível tratando-se da maior competição do planeta, não é qualquer equipa que tem a “sorte” de poder receber no seu terreno três equipas do seu campeonato.

Slovan Bratislava

O Slovan Bratislava, campeão eslovaco teve que passar por quatro eliminatórias para chegar até aqui, tendo eliminado o campeão macedónio, FC Struga (6-3 agregado), o campeão esloveno, NK Celje (6-1 agregado), o campeão cipriota, APOEL Nicosia (2-0 agregado) e, surpreendentemente, o FC Midtjylland (4-3 agregado), campeão dinamarquês.

Joga normalmente em 4-3-3 e tem um dos melhores avançados “desconhecidos” do futebol europeu. Falo de David Strelec, um ponta de lança que se destaca principalmente pela forma como se associa com a equipa, pela capacidade de ganhar tempo com bola, dado o seu poderio físico (pode ser muito importante para o contra-ataque) e pela inteligência que tem em se mover em espaços curtos. Tem ainda dois extremos de qualidade que fizeram formação no Manchester City, Vladimir Weiss e Róbert Mak. No meio-campo há o veterano inesgotável, Juraj Kucka.

Acredito que possa pontuar nos jogos em casa, excluindo o Manchester City e as visitas até parecem algo atingíveis, até pela ida a Munique ser a última, onde o Bayern, se tudo correr como planeado, jogará para cumprir calendário.

PSV Eindhoven

O campeão da Eredivisie terminou a época 23/24 com 91 pontos, 90 golos de diferença positivos e dois títulos. Tudo isto, para ainda conseguir manter o núcleo duro do plantel, apenas tendo deixado sair Jordan Teze para o Mónaco.

A turma de Peter Bosz não para de golear e leva 20 golos em cinco jornadas do campeonato neerlandês. É uma equipa que privilegia a pressão alta, o jogo de cruzamentos para Luuk de Jong e tem sempre médios em zona de finalização. Os meus preferidos são a partir do flanco direito, de pé trocado, o extremo, Johan Bakayoko, também o médio que pode jogar a partir do corredor, Ismael Saibari, que tem uma bela relação com a baliza, e ainda o cérebro da equipa, o médio que mais e melhor pensa o jogo, Joey Veerman.

Num dia feliz, a equipa de Roterdão tem capacidade para pontuar frente a qualquer um destes adversários, não obstante a sua notória dificuldade.

Pelo contrário, quem poderão ser as desilusões desta fase da Champions?

Bayer Leverkusen

Muitos apontarão o Bayer Leverkusen ao top-8 da Champions por ter Xabi Alonso, Wirtz ou Grimaldo e pela forma como destronou o Bayern Munique na Bundesliga passada, mas os problemas defensivos dos farmacêuticos têm estado bem visíveis neste início temporada. Leva seis golos sofridos em três jornadas e na supertaça, frente ao Estugarda, foram mais dois. Certamente passarão à próxima fase, mas avizinho mais dificuldades do que as que seriam de esperar.

O calendário tem jogos bastante traiçoeiros desde a visita ao De Kuip, a Anfield ou ao Metropolitano. Recebe ainda as equipas de Milão e a turma de Pepijn Lijnders.

Girona

A época do Girona e mais concretamente, a Champions, dependerá se Michel conseguirá revigorar o plantel após as saídas de peso. Foram quatro habituais titulares a abandonar o clube, Artem Dovbyk saiu para a Roma, Savinho para o Manchester City, Aleix García foi para Leverkusen e Yan Couto para Dortmund e os substitutos ainda estão muito longe do nível dos seus antecessores.

O calendário é de dificuldade extrema para a estreia do emblema catalão na prova milionária.

Benfica

Como é sabido, vive-se um momento de muita incerteza e dúvida no Seixal. Bruno Lage chegou há poucos dias e o segundo jogo no comando das águias é uma visita, sempre difícil, a Belgrado, para defrontar o Estrela Vermelha.

O calendário é extremamente complicado e torna as receções ao Feyenoord e Bolonha obrigatórias de vencer, para além do jogo de abertura em que, ainda assim, o Benfica é favorito e tem que o mostrar dentro das quatro linhas.

Posto isto e infelizmente, não me espantaria ver o Benfica a ficar na metade inferior da tabela ou até fora dos lugares de playoff.

Aconteça o que acontecer, uma coisa é praticamente certa. Existirão mais jogos e, consequentemente, mais espetáculo.