Ruben Amorim abordou esta sexta-feira o jogo com o Newcastle, agendado para a próxima segunda-feira. Em declarações na conferência de imprensa, o treinador português do Manchester United assumiu que está ciente de que o seu futuro no clube está constantemente sob avaliação, isto quando confrontado com o despedimento de João Pereira do comando técnico do Sporting.

Quando o questionei ainda em Portugal, disse-nos que queria este trabalho apenas no verão mas que não lhe deram essa possibilidade, que era agora ou nunca. Na altura disse-o porque estava ciente das dificuldades que teria ao aceitar a oferta agora?
"Não faz sentido estarmos a falar disso agora. Estou aqui, tenho de me concentrar no trabalho, faz parte do futebol ter estes momentos difíceis e eu já sabia que ia ser duro. É claro que se espera ganhar mais jogos para ter jogadores com mais confiança para vender a ideia e melhorar muitas coisas. Neste momento, é muito difícil. Como disse, temos de sobreviver para termos tempo e depois melhorarmos a equipa", começou por dizer o técnico português.

Já abordou anteriormente o quão implacável consegue ser o negócio do futebol. Vimos isso no Manchester United com Dan Ashworth [foi despedido 159 dias após ser contratado para diretor desportivo], vimos isso novamente com o seu sucessor no Sporting [João Pereira]. O facto de já se falar sobre o seu futuro deixa-o confortável?
"O treinador do Manchester United nunca pode estar, seja como for, confortável. Conheço o negócio em que estou metido, por isso sei que se não ganharmos, independentemente de eles pagarem ou não a indemnização, sei que todos os treinadores correm perigo e gosto disso. Gosto disso porque é esse o nosso trabalho. Por isso, compreendo a pergunta e posso dizer que estou aqui há um mês, fiz quatro treinos, mas não estamos a ganhar e isso é uma realidade e estou bastante confortável com isso."

Tendo em conta que não terá o capitão Bruno Fernandes em campo no próximo jogo, podemos esperar que a braçadeira volte para o braço de Harry Maguire?
"Vão ter de esperar até à hora do jogo para saber quem será o capitão. Ele trabalha muito bem, está muito focado no trabalho e não naquilo que as pessoas dizem dele. Não dá desculpas, mesmo nos momentos menos bons. Por isso, nesse aspeto, creio que ele é um exemplo para todos. Está disponível para jogar, para ajudar a equipa."

Já falou anteriormente sobre as jogadas junto dos guarda-redes. Acredita que a arbitragem tem de proteger mais os jogadores ou que eles têm de ser mais fortes nessas situações?
"Não quero estar a falar sobre isso após a derrota, mas podemos ver claramente que hoje em dia qualquer pontapé de canto é uma oportunidade de golo. Mas se colocares 11 jogadores dentro da grande área cada vez que fores defender um pontapé de canto ou um livre direto, corres sempre o risco de te esqueceres dos jogadores mais baixos ou talentosos. Mas parece que pode fazer-se de tudo dentro da grande área. Existem regras e não nós não temos de andar a chorar por causa disso, mas sim fazer o mesmo aos nossos adversários. Temos de focar-nos em fazer o mesmo aos nossos adversários. Este é o nosso objetivo. Se preciso de jogadores mais altos? Não. Estou a dizer que as bolas paradas têm sido cada vez mais importantes, e se podemos fazer tudo com elas, então temos de aprender e fazer o mesmo [que os outros], mesmo com os baixinhos. Apenas temos de copiar e fazer o mesmo. Não vamos tentar mudar as regras, apenas vamos usá-las para também marcarmos golos nas nossas bolas paradas."

Segue-se o Newcastle. Que tipo de desafio está à espera de encontrar na segunda-feira?
"Temos de lutar contra tudo porque os nossos adeptos vão estar lá para apoiar. Mas também sabemos que eles estão fartos deste momento da equipa. Temos de esperar que cada jogada que o Newcastle faça junto à nossa baliza que vá deixar o estádio mais nervoso e os nossos jogadores têm de lidar com isso. O Newcastle é uma equipa muito forte, muito veloz, com um ritmo muito forte e que já leva um bom tempo a trabalhar com o seu treinador. Queremos ser competitivos e tentar ganhar o jogo. É isso que queremos."

O que pretende dos adeptos para o jogo com o Newcastle?
"Nada, não estou lá para pedir nada aos nossos adeptos. Eles dão-nos tudo, estádio cheio, sempre a apoiar e a aplaudir depois de derrotas e derrotas, por isso só quero dar algo aos adeptos, não pedir algo aos adeptos", terminou.