António Oliveira falou sobre a saída do comando técnico do Corinthians, sublinhando que não ficou magoado com o presidente do emblema paulista porque fez "o que tinha que fazer", caso contrário a pressão recaía sobre si. Em entrevista ao UOL Esporte, o técnico de 42 anos disse, no entanto, que os líderes têm que ser mais firmes.

"Não saí magoado com o presidente Augusto Melo. Ele fez o seu trabalho. Numa situação difícil que a equipa atravessava ele teve que salvar a pele dele. E quem é que paga? O treinador. Mas não aponto o dedo, ele fez o seu trabalho. Não estou magoado com o presidente, ele fez o que tinha a fazer. Isto vai bater sempre no ponto mais frágil, que é o treinador. E ele tem que se salvarm senão vão bater nele. Bom presidente é aquele que tem as suas ideias e convicções e vai com elas até ao fim. Um presidente não pode tomar decisões em função da pressão externa e eu não estou a dizer que houve ou não. O que ele fez foi para salvar a pele dele e é nessas alturas que temos de ser mais firmes", afirmou António Oliveira, que deixou o clube em julho, tendo totalizado 12 vitórias em 29 jogos.

Pouco depois de assumir as rédeas do Timão, o timoneiro luso recebeu uma proposta do Atlético Mineiro... mas acabou por rejeitar o projeto por não querer faltar à palavra. " O Corinthians é uma página bonita da minha vida que já é passado. As pessoas do Corinthians ficaram perfeitamente identificadas sobre, não interessa de quem, o interesse de um determinado clube, uma proposta tentadora de um clube muito mais estável, com um plantel mais consistente. Mas tenho valores e uma palavra e essa vale muito mais que um papel assinado. Não podia sair um mês ou mês depois de ter chegado ao Corinthians. Houve jogadores que me imploraram para não sair. Não posso entrar num clube num mês e no outro a seguir sair para outro clube. Não vale tudo. A melhor decisão foi ter ficado e não me arrependo. As oportunidades vão, com certeza, surgir."

António Oliveira já tem o seu nome bem cimentado no futebol brasileiro, tendo, além do Corinthians, passado também por clubes como o Athletico Paranaense, Coritiba e Cuiabá, onde ficou com as portas abertas, principalmente neste último. "O meu legado foi deixado, a história está escrita e agora vai ser escrita noutro lugar. A torcida e a cidade sabem o carinho que tenho por eles. O que aconteceu o ano passado dificilmente voltará a acontecer, a não ser que haja um investimento de um árabe. O treinador ser eleito o melhor do mês em Julho no Brasileirão isso não vai voltar a acontecer. Nem vai acontecer em seis jogos ganhar cinco e empatar um. Isso não foi sorte, foi mérito daquela equipa, sempre muito comprometida", disse o técnico português, que pelo das aventuras em terras de Veras Cruz também acumulo9u uma passagem pelo Benfica B.