O Benfica venceu o Estoril Praia por 3-0. Bruno Lage e Ian Cathro analisaram o jogo e responderam à questão do Bola na Rede.
O Benfica venceu o Estoril Praia por 3-0 e assumiu a liderança da Primeira Liga. O Bola na Rede marcou presença no encontro e, em conferência de imprensa, teve a possibilidade de colocar uma questão a Bruno Lage, treinador das águias, e outra a Ian Cathro, técnico dos canarinhos.
Bola na Rede: O Benfica tem atacado muito e construído muitos golos e lances de perigo pelo corredor lateral com as associações entre os laterais, os extremos e o médio a aproximar. Hoje muda o sistema, inverte o triângulo do meio-campo e o Benfica em vez de ter médios interiores passa a ter um duplo pivô com um jogador mais à frente, acabando por ter os jogadores mais espaçados e menos apoio deste médio no corredor lateral. Taticamente qual o impacto que esta mudança com a inversão do triângulo tem no Benfica e como vê a construção do Benfica, com demasiada velocidade e menos pensada do que poderia ser?
Bruno Lage: Quando fala do triângulo invertido, qual o terceiro homem.
Bola na Rede: Neste caso, o Akturkoglu jogou à frente do duplo pivô no meio-campo. Muitas vezes é o Florentino quem funciona como primeiro médio, com o Aursnes e o Kokçu à frente.
Bruno Lage: Não leve a mal. Nós não tentámos fazer nenhum triângulo, tentámos fazer um quadrado. Quase parece uma aula de geometria [risos]. É uma pergunta muito interessante. Se tivéssemos tempo, e você fez uma pergunta de futebol, podia mostrar como é que nós partimos o posicionamento para perceber melhor o nosso sistema. Às vezes no estádio ou a ver o jogo não se consegue ver e mesmo nós, no banco, vemos muito melhor em câmara aberta e filmado. O nosso objetivo era manter os dois laterais bem abertos, de uma forma assimétrica o Bah e o Beste, termos os dois médios e ter o Di María e o Akturkoglu por dentro. Quando se olha para a equipa pode entender-se que jogámos em 2+1, mas depois a nossa dinâmica era fazer ali um quadrado. Depois é ir ao ADN dos jogadores. Somos muito fortes em jogar de forma vertical. Na esquerda o sangue turco é quente e gostam de acelerar o jogo, na direita temos o Bah. Desculpem a expressão, ele sabe que eu o trato assim, que é um cavalo de corrida, o Di María também gosta de acelerar jogo e nós aproveitamos isso no nosso jogo para ser muito fortes nesse momento. O Fredrik [Aursnes] e o Kokçu a tempos conseguem controlar o jogo e gerir melhor o jogo. Por isso é que tenho dito que há momentos do jogo em que podemos crescer e evoluir. É nesse sentido que o vamos fazendo. Ainda não temos tempo de trabalho com a equipa para jogar a velocidades diferentes, mas por vezes vamos fazendo isso com enorme qualidade. Como foi na 2ª parte contra o Nacional em que jogámos muito bem, como foi depois do 2-0 e da entrada do Benjamim [Rollheiser] e do [Leandro] Barreiro para o Kokçu ser o 6 e ter o controlo do jogo.
Bola na Rede: Sempre que o Estoril procurou subir as linhas de pressão e pressionar mais alto, numa marcação individual, acabou por deixar espaço nas costas dos médios e dos defesas, que o Benfica conseguiu explorar. Taticamente, o que falhou nestes momentos?
Ian Cathro: Pode-se fazer a pergunta da outra maneira e ver as vezes em que os nossos médios, os nossos alas recuperaram a bola e foram lá criar perigo.