O Benfica volta a entrar em ação, esta terça-feira, na Liga dos Campeões, recebendo os espanhóis do Barcelona. Bruno Lage, treinador das águias, fez, esta segunda-feira, a antevisão da partida e abordou vários temas da realidade encarnada, nomeadamente o objetivo da qualificação direta para a próxima fase, o mercado e um olhar para o próximo adversário.

Antevisão ao jogo: «Há dois aspetos que são fundamentais. O primeiro é olharmos para nós próprios, perceber como podemos jogar e o momento com bola. Perceber quando temos a bola no meio campo ofensivo, como criar problemas a uma linha defensiva que joga, normalmente, subida. O outro ponto é o apoio que temos sentido em casa, dos nossos adeptos, que tem sido especial.»

Elogios a Leandro Barreiro: «Quero destacar a resposta do Leandro. É um soldado, que todos os treinadores querem ter na equipa. Dentro e fora de campo está a corresponder»

Mercado e posição de médio defensivo: «Tenho uma enorme confiança nos nossos jogadores. Não vou comentar situações de mercado. É importante perceberem que não quero titulares ou suplentes. Jogadores têm que estar prontos para jogar. Na minha primeira passagem o Florentino perde o lugar em janeiro, mas esteve muito tempo lesionado. Este ano, o Tino é outro soldado. É isso que quero. Estarem sempre prontos e disponíveis para jogar e aproveitem as oportunidades.»

Di María disponível: «O Di María está pronto. Temos mais um dia para analisar. O mais importante é que treinou, esteve com os colegas. É um jogador experiente e amanhã vou falar com ele para perceber o estado dele. O que sei é que está pronto. Vai estar tão pronto como esteve para o Atlético de Madrid, FC Porto ou a final com o Sporting. Ele gosta de jogar estes jogos. Mas temos de perceber o melhor para a equipa e momento do jogador»

Qualificação direta é possível: «O nosso objetivo é olhar para o jogo e tentar vencer. O segundo é olhar para os pontos. Há um estudo que nos diz que, eventualmente, 15 pontos chegam para o apuramento direto. Nós ainda estamos com a possibilidade de os alcançar, mas estamos focados no jogo de amanhã. Depois veremos se chegamos a essa meta»

Barcelona candidato na Champions: «Claro que sim, pelo que estão a fazer e pelo histórico. É uma equipa de enorme qualidade, quer em termos individuais, como nós, como em termos coletivos. É um misto da cultura do Barcelona, mas já se nota o cunho do treinador, com um jogo mais vertical, mais forte na pressão e transição, explorando as alas. É um adversário muito competente e temos de encarar o desafio com enorme ambição»

O que muda na estratégia: «Estrategicamente temos de mudar, porque são jogos diferentes. O que não podemos mudar é a nossa forma de jogar, defender e atacar, que tem sido construída. Estrategicamente temos de perceber como jogar com bola no nosso meio campo, no meio campo ofensivo e como criar problemas a uma linha defensiva que joga muito subida. Foi isso que fizemos hoje. Preparámos a equipa nesse sentido e sentimos a equipa confortável na nossa ideia.»

Opções para o ataque: «Dos sete vão sair dois. Tudo pode acontecer. O que é importante é que estejam prontos para jogar, independentemente do estatuto e idade. Eu como treinador tenho que escolher. Estão todos preparados, incluindo o João Rêgo. O desafio nesta casa é perceber preparar pessoas e provocarmos o jogador. Há três meses que temos de perspetivar a evolução deles. Todos têm qualidade, há um plano para evoluir para cada um e um plano para jogar. Têm que corresponder quando são dadas as oportunidades. Tivemos no treino 26 jogadores, todos com enorme qualidade. Quando tiverem oportunidade, têm que corresponder»

Jogos importantes na carreira: «São estes jogos que nós queremos jogar. Há um mês vi os meus filhos a verem o João Félix jogar no Barcelona x Paris SG. Hoje vão ver o Barcelona ao vivo. Tenho a oportunidade de estar num grande clube. O Benfica é um grande clube e o Barcelona vai achar o jogo interessante. Queremos contribuir para uma grande noite europeia»

Despedimentos em Portugal: «Não é difícil manter a confiança. É sempre de lamentar a saída de um treinador. A nossa confiança tem que ser sempre nossa. Temos de olhar para o que controlamos e ter coragem de fazer as coisas como pensamos. Se assim não fosse, o Leandro nunca tinha jogado com o Florentino, por exemplo. Nós é que trabalhamos com os jogadores, vemos o filme diário, os jogadores. Temos de acreditar nas nossas ideias e passar uma energia positiva para os jogadores. Quando estamos num bom momento, temos de o saber prolongar. Quando estamos num mau momento, temos de fazer o click. Há 15 dias saímos da Luz com uma derrota contra o SC Braga. Uma semana depois, o capitão estava a mostrar o troféu da Taça da Liga. O nosso momento é cada vez mais curto e temos de dar uma boa resposta. A grandeza do Benfica assim exige. O que temos de fazer é que olhem para nós e sintam que há um plano, um caminho a fazer e fazê-los acreditar que podemos conquistar titulos»