Na véspera do dérbi, uma viagem ao passado. "O último dérbi disputado no Estádio da Luz, que amanhã começará a ir abaixo, foi intenso, vibrante e emocionante. Nem sempre muito bem jogado, é certo, mas suficientemente épico para perdurar na memória dos adeptos, este duelo entre os eternos rivais acabou com um "golpe de teatro" monumental que "atirou" o Benfica da liderança provisória para o quarto lugar. A cinco minutos do fim, os encarnados tinham o pássaro na mão e apesar de estarem em inferioridade numérica, não passava pela cabeça de ninguém que se deixassem apanhar pelos leões. Mas o futebol é mesmo uma caixinha de surpresas e uma má decisão de Duarte Gomes lançou a turma de Alvalade para a recuperação. Que Jardel, fazendo jus à fama de predador insaciável, acabou por concretizar." A crónica do Benfica-Sporting (2-2), de 15 de dezembro de 2001, no Record dava bem conta da polémica de arbitragem no dérbi, acrescentando: "o árbitro Duarte Gomes teve um jogo muito complicado para dirigir. Cometeu erros graves (penálti sobre Jardel, aos seis minutos, não assinalado; penálti inexistente sobre o mesmo jogador, sancionado; decisão muito duvidosa no penálti de Beto) e teve dificuldades em segurar uma partida que acabou com 51 faltas cometidas, 12 cartões amarelos e um vermelho". Na véspera de mais um dérbi entre águias e leões, Marco Caneira voltou a esse dia numa entrevista à Sábado.

"Hoje em dia, com o VAR, obviamente não seria grande penalidade [o Benfica ganhava 2-0 aos 85 minutos, altura em que foi marcado um penálti por causa de uma falta inexistente de Caneira sobre Jardel]", atirou, sublinhando que "ainda hoje" aborda "várias vezes esse assunto" com Duarte Gomes, seu colega nos comentadores da SIC: "Ele tem consciência de que não era penálti".

Sobre o momento que o Sporting atravessa, Marco Caneira não tem dúvidas: "As equipas têm altos e baixos. A transição seria sempre difícil, depois da cultura de vitórias de Ruben Amorim, mas o Sporting não desaprendeu".