Dissecada a pesada derrota para a Liga Europa na quarta-feira, no terreno do Olympiacos (3-0), o Sp. Braga tem pela frente neste domingo o FC Porto (20h30), no Dragão, num duelo a contar para a 8.ª jornada da Liga Betclic. Carlos Carvalhal, técnico dos arsenalistas, espera uma reação da equipa à exibição "cinzenta" contra os gregos.  

Jogo no Dragão após derrota europeia

"Fizemos um jogo menos bem conseguido, sofremos aquilo que o FC Porto sofreu com o Bodo, com pouca agressividade e intensidade. Temos três pontos e dois jogos, estamos à frente de equipas como Manchester United, FC Porto e vamos seguir o nosso caminho. No campeonato, vimos de três vitórias seguidas, temos um jogo com o FC Porto com grau de exigência máxima, dos jogos mais difíceis do campeonato. É um desafio difícil, mas gostamos de desafios difíceis. Queremos recuperar os jogadores, são as dores de crescimento de andar nestas competições."

Moutinho e Zalazar, jogadores tão essenciais à equipa, estarão aptos?

"Não sou de me lamentar. Temos uma equipa extremamente jovem, na última convocatória 10 jogadores abaixo de 22 anos. Mas, os mais experientes do meio-campo não têm estado presentes. Num plantel que não é muito extenso, numa zona fulcral, emergem outros como Helguera ou Gorby. Temos ido à luta e temo-nos saído relativamente bem. Estou convencido que o Paulo Oliveira, o Moutinho e o Zalazar estarão aptos para o jogo da Taça de Portugal. O Bambu também não irá demorar muito."

Quando fala em juventude vem daí a explicação para a ansiedade da equipa?

"Os erros foram cometidos por jogadores experientes. São situações que aconteceram naquele jogo e tiveram um peso grande. Há uma coisa que se chama habituação e educação. Colocar um jogador a top no domingo e depois a meio de semana. Isto carece de tempo, tal como acontece com o FC Porto. Uma equipa em crescimento e jovem… Não gostaríamos que isto acontecesse, mas é o que é."

O Sp. Braga tem dois jovens avançados e que vieram de divisões inferiores? O planeamento podia ter sido diferente?

"Não posso ter um sentimento crítico e perceber a minha realidade. A minha realidade é esta, dois avançados que vieram da terceira divisão espanhola, e que um, o Roberto, foi agora chamado à seleção sub-21, outro da segunda divisão francesa. Estão a subir escadas. Também ninguém conhecia o Vitinha ou o Abel Ruiz e a nossa expectativa é que com o Roberto e o El Ouazzani aconteça o mesmo."

Plantel

"Estamos satisfeitos com o plantel e a trabalhar bem, mas estamos em concordância, eu e o presidente, e se for necessário fazer uma reformulação em janeiro assim o faremos. Houve uma mudança de ciclo, estou muito satisfeito com os jogadores. Ganhámos muitos jogos na raça, vencemos o Rio Ave por 4-0 com uma exibição muito boa e depois fizemos uma exibição cinzenta. São as chamadas dores de crescimento."

Mais uma deslocação difícil. Como se trabalha a equipa a nível anímico?

"Falei com os jogadores, fiz sentir esta mudança que tem de haver na cabeça dos jogadores, estamos em alta competição, temos de ganhar sempre e fazer essa chamada de atenção. Jogar no Dragão é altamente motivador, mas queremos reação também, ao resultado e principalmente à exibição. Temos de reagir à imagem que deixámos."

FC Porto tem sofrido muitos golos?

"O FC Porto tem uma equipa boa, um treinador muito estratégico, temos de estar atentos para trazer pontos. Defensivamente é uma equipa coesa, três golos sofridos no campeonato, equipa equilibrada e boa. O grau de dificuldade é elevado e isso torna o desafio aliciante."

Esquema de três centrais?

"O que pode mudar é a característica dos jogadores, já deu para perceber. Não é uma situação que gostamos muito, mas é passível de ser utlizada. Não estamos na situação ideal [devido às lesões de Bambu e Paulo Oliveira], mas três centrais de raiz será uma situação excecional. A nossa ideia é jogar a quatro. Pode acontecer, mas será sempre uma exceção."