Carlos Carvalhal, treinador do Sp. Braga, fez em Boras, na Suécia, a antevisão do jogo de amanhã, frente ao Elfsborg, da 4ª jornada da Liga Europa.

Depois de duas derrotas nos primeiros três jogos desta Liga Europa, é urgente o regresso às vitórias?

"Primeiro jogo vencemos. Segundo jogo perdemos no Olympiacos e perdemos bem, porque não jogámos bem. E depois perdemos com o Bodo, mal, porque no mínimo merecíamos um ponto, mas eu acho que fomos a melhor equipa nesse jogo e deveríamos ter conquistado os três pontos. Não o conseguimos. Obviamente que o jogo que é este, que é o próximo, revela-se ainda mais importante, porque queremos pontos, queremos os três pontos, e nesse sentido, obviamente que sim, que a resposta é sim. É um jogo importante e os três pontos são muito bem-vindos."

Que opinião tem sofre este formato da Liga Europa?

"O que nos permite dizer até agora é que em três partidas nós neste momento temos três pontos. Se eventualmente tivéssemos os quatro, no mínimo, que deveríamos ter, estaríamos dentro da competição europeia. Neste momento, estamos de uma forma parcial, ou momentânea, na próxima fase, embora num sistema de play off. É uma competição, é uma mini-maratona, portanto é uma competição diferente, tem características diferentes. É importantíssimo fazer pontos, o máximo de pontos possível, porque são muitas equipas e eu, sinceramente, pensava que havia equipas que estariam já com muitíssimos mais pontos e não estão, e outras que penso também o contrário em que a expectativa não era tão alta e neste momento estão bem. Depois fazemos o rescaldo no final e posso responder com mais propriedade no final desta competição. Neste momento, o que me parece é que permite, embora ninguém queira que aconteça, uma equipa ou outra ter um outro deslize e depois conseguir recuperar nos jogos seguintes, enquanto noutra situação, isso a eliminar é mais difícil, obviamente."

Que desafios tem o Sp. Braga para ultrapassar neste jogo, além do frio que se vai fazer sentir e do relvado sintético?

"O desafio é dentro das quatro linhas, é o adversário. Esse é o principal desafio, o principal foco. Uma equipa muito impressionante, joga com uma linha de 5 ou linha de 3 quando ataca, dois médios, três avançados, estão bem identificados, com processos simples. É uma equipa alta, com algum jogo direto, muito forte nas segundas bolas, diria que uma equipa tipicamente do Norte da Europa, forte fisicamente, com as suas debilidades também, como todas as equipas, vamos tentar aproveitá-las ao máximo. Acima de tudo, temos de ter a bola, comanda o jogo quem tem bola e é uma das situações importantes para o jogo de amanhã. É a bola e estar com o olho sempre na baliza do adversário, é fundamental para poder vencer o jogo. E estar muito atentos, pela elevada estatura dos jogadores, à bola parada, não só os cantos, os livros, como os lançamentos do lado esquerdo, que são praticamente cantos e que temos de estar muito concentrados, muito atentos e muito vivos, porque a estatura é realmente muito alta e temos de levar isso em consideração."

O que pensa do tempo e do relvado para este jogo?

"Bem, temos de nos focar na partida, nas coisas que temos de fazer dentro do campo. Temos de nos concentrar no adversário, que é forte, ganhou a última partida em casa 1-0 à Roma. Respeitamos muito, um grande respeito, mas queremos vencer o jogo. Vamos tentar e vamos lutar muito para vencer o jogo. Tenho certeza que o Elfsborg fará o mesmo, será um jogo interessante amanhã."

A ausência de Rodrigo Zalazar deste jogo deve apenas a questões físicas?

"O Rodrigo está num processo idêntico ao do João Moutinho, jogadores muitos importantes na nossa equipa que tiveram um longo período de ausência e quando regressaram tivemos de ter alguns cuidados. A nossa estratégia foi utlizá-los parcialmente nos jogos, sabendo que não estavam ainda na sua melhor condição física, mas podendo jogar 30 e depois 60 e depois talvez 90. O primeiro exemplo foi o de João, foi um caso se calhar mais rápido. Nós utilizámos primeiro no jogo da Taça, no primeiro exemplo jogou 45 minutos, assim como o Rodrigo, e depois joga com o Vitória e resolvemos nesse jogo utilizá-lo 90 minutos, porque sabemos que é um jogador que tem uma morfologia completamente diferente e conseguiu suportar e muito bem o jogo com Vitória aos 90 minutos, mas sabíamos também de antemão que estava completamente fora de hipótese colocá-lo um minuto que fosse no jogo seguinte no domingo, porque correria um gravíssimo risco de lesão. Essa foi a estratégia, entretanto regressa com a possibilidade de estar no jogo da amanhã. O Rodrigo está num processo idêntico, a diferença do Rodrigo é que no último jogo fez 35 minutos de altíssimo nível, depois decaiu um bocadinho e foi substituído quando nós pensamos que fisicamente ele estava já um bocadinho exausto, o que é normal tendo em conta o nível de preparação que ele tem ou que não tem, mas acusou fadiga muscular acentuada. Os 60 minutos ou os 55 minutos do Rodrigo, na condição física que ele está, representa 90 ou 95 minutos para qualquer outro jogador, porque ele não está no melhor da sua condição física. Então em função da fadiga muscular fizemos uma ressonância, não deu lesão, eu diria que foi inconclusiva. Resolvemos não o trazer para não correr o risco ou a tentação de o meter 5 minutos ou 10 e ele aí sim ter uma verdadeira lesão. Quando voltarmos na sexta-feira vai ser feita uma reavaliação e vamos esperar que se confirme que realmente foi cansaço muscular e que poderá ou não estar em condições para jogar no domingo."

Isto tem a ver com a constância dos jogos da equipa?

"O Rodrigo vinha de um período excelente, aliás levava 5 assistências ou 6 golos e qualquer coisa assim do género, um período fantástico e depois tem aquela lesão naquele jogo, era um jogador também sempre muito solicitado, um jogador que jogava quase sempre os 90 minutos nos jogos todos. Teve a lesão que nesta transição de treinador, seja ele qual for, sem poder treinar e sempre a jogar com requisitos diferentes, porque os treinadores têm requisitos diferentes dos outros, aconteceram ali consecutivamente nos jogos algumas lesões musculares, que agora parece-me a mim (vai-te embora azar), que se dissiparam. Os jogadores estão mais adaptados à nossa forma de trabalhar e nesse sentido o Rodrigo foi apanhado um bocadinho nessa onda, mas foi a lesão que teve e agora está a regressar dentro do plano que nós propusemos para ele e para o Moutinho e, já agora, deixe-me .colocar aqui mais dois jogadores, o Bambu e o Bright, dois jogadores que vêm também de lesões, com pouquíssimo tempo de treino. As circunstâncias obrigaram-nos entre aspas a trazê-los para estar disponíveis e a situação é um pouco idêntica. Não têm muita preparação, mas nós precisámos deles para jogar, portanto vai ser preparação jogo na tentativa de os levar para melhorar. Uma salvaguarda, uma coisa é um médio que corre 12 quilómetros, outra coisa é a posição de defesa-central, que eu conheço bem. São gestões completamente diferentes."