Num jogo de duas partes completamente diferentes, o Braga teve de sofrer até ao fim para vencer por 2-1 o Arouca. Todavia, cinco minutos de inspiração resolveram a partida a favor dos bracarenses.

Ficou a sensação de que se o encontro tivesse mais dez minutos, os visitantes podiam ter saído com pelo menos um ponto da Pedreira, face às diversas ocasiões de perigo perto do apito final.

Os minhotos entraram fortes e pressionantes na primeira metade do encontro. Contudo, os primeiros 15 minutos não tiverem grandes acontecimentos dignos de relatar, e foram raras as vezes que a bola entrou dentro da área.

O estádio apenas acordou aos 19 minutos, quando o Arouca viu o seu golo a ser anulado por fora-de-jogo. Bela jogada coletiva dos arouquenses, que terminou nos pés de Jason, porém, estava em posição irregular.

Três minutos depois, foi a vez dos bracarenses terem o seu tento invalidado, após Gabri Martinez aparecer adiantado face à defesa adversária, ao responder a um excelente cruzamento de Ricardo Horta.

O Braga, nos últimos 20 minutos da primeira parte, começou a pressionar mais alto a formação visitante, o que permitiu à recuperação da bola cada vez mais perto da área adversária.

Foi numa dessas recuperações que saiu o primeiro golo do encontro. Pedro Santos falhou o passe e a equipa arsenalista aproveitou, com Racic a deixar Ricardo Horta em posição favorável para abrir o marcador. O capitão minhoto não teve piedade e, num remate em arco, a bola só parou dentro da baliza. A classe de sempre do melhor marcador da história do clube.

O Arouca sentiu o golo e permitiu, através de um pontapé de canto, o segundo golo dos bracarenses, aos 44 minutos. Desta vez, foi Ricardo Horta que deu a assistência a Racic, que com uma cabeçada forte não deu hipóteses de defesa a Nico Mantl. O sérvio foi o melhor jogador em campo do lado minhoto, ao dominar o meio-campo e a aparecer com assertividade e confiança no ataque.

Os visitantes regressaram dos balneários com outra atitude, enquanto o Braga voltou adormecido. O domínio caseiro transformou-se na superioridade dos lobos e as oportunidades do Arouca começaram a aparecer, principalmente no último quarto de hora.

A correr atrás do prejuízo, num lance um pouco confuso, Trezza apareceu na cara de Hornicek e reduziu a desvantagem. Festa na bancada visitante e leves assobios dos adeptos da casa.

A defesa bracarense tremeu quando Mansilla enviou o esférico ao poste aos 90 minutos. O uruguaio foi o mais inquieto do ataque arouquense e esteve perto de igualar o marcador nos instantes finais. Quando o árbitro apitou pela última vez, o placar mostrava o 2-1 final. Os três pontos ficaram na Cidade dos Arcebispos.

A dupla de meio-campo do Braga, Racic e Moutinho, controlou as ações no campo em grande parte da partida. O trio Zalazar, Ricardo Horta e Gabri Martinez mostrou-se bastante ativo e movimentava-se por todo o ataque. Estes cinco jogadores foram fundamentais para a boa primeira parte minhota e para a vitória.

Chico Lamba foi o destaque da defesa visitante. Um autêntico tanque de força e velocidade, que só pecou quando tinha a bola nos pés, que sempre foi o seu ponto fraco.

Coletivamente, o Arouca foi inexistente a nível ofensivo na primeira parte, apenas remetendo-se à defesa e a tentar sair em contra-ataques. Ainda assim, o maior erro dos lobos foi a persistência na saída a jogar a partir da defesa, que em grande parte das vezes não conseguiu ultrapassar a pressão arsenalista.

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

Bola na Rede: O trio Zalazar, Ricardo Horta e Gabri Martinez alternaram constantemente de posições, tanto pelo meio como pelas extremidades do ataque. O que essa mobilidade dá ao ataque bracarense?

Carlos Carvalhal: Dá variabilidade, os jogadores têm capacidade de jogar nas três posições da frente, principalmente o Zalazar e o Ricardo. São jogadores que são evoluídos, que estão aptos para isso. Eu recordo e já disse na conferência de imprensa, que nós andamos vários jogos a jogar com Roger, Ismael e Navarro. Isto não é tirar três e meter três e já está a andar, óbvio que isto é trabalho, coordenação e jogadores que se conhecem.