Após anos de frustração, Colton Herta finalmente garantiu a sua tão aguardada super licença de Fórmula 1 após uma performance estelar no campeonato IndyCar, mas a estrela americana não poupou críticas à FIA pelo que descreveu como a sua representação desrespeitosa da IndyCar no palco mundial.
Herta, que conquistou o título de vice-campeão na IndyCar este ano após uma vitória impressionante em Nashville, expressou a sua profunda frustração sobre como a IndyCar é subestimada no sistema de super licença da FIA, o que bloqueou a sua entrada na Fórmula 1 durante vários anos.
Em 2022, Herta esteve à beira de se tornar o primeiro piloto americano de F1 desde o final dos anos 2000, quando a Red Bull pretendia reforçar a sua ligação com os fãs dos EUA. O gigante das bebidas energéticas identificou Herta como o candidato principal para um lugar na sua equipa júnior (agora AlphaTauri). No entanto, apesar de ser um destaque na IndyCar, Herta não tinha os pontos de super licença necessários para dar o salto para a F1, o que lhe custou a oportunidade de uma vida.
“Agora parece uma vitória vazia,” disse Herta, refletindo sobre a conquista da super licença após anos de trabalho árduo. “Teria sido útil há alguns anos, quando estava à porta da F1. O facto de ter demorado tanto tempo mostra como a FIA subestima a IndyCar em comparação com outras séries.”
Herta não poupou palavras ao criticar a FIA pela sua gestão do sistema de pontos de super licença, que classifica a IndyCar muito abaixo do que merece em comparação com outros campeonatos. O jovem de 24 anos chegou a instar a FIA a tornar a IndyCar mais acessível a potenciais pilotos de F1.
Apesar desta desilusão, Herta continuou a brilhar na IndyCar. O seu contrato de vários anos com a Andretti Autosport garante que será uma peça-chave na série até 2027, posicionando-o como um dos talentos mais promissores do automobilismo americano.
Embora o seu sonho de F1 permaneça elusivo, não está totalmente fora de questão. Se a Andretti conseguir garantir um lugar na grelha da F1, Herta é amplamente esperado como a primeira escolha da equipa para um assento.
“Embora a super licença tenha chegado tarde demais para as minhas ambições de F1, estou focado em deixar a minha marca na IndyCar e continuar a lutar pelo sucesso no campeonato. Mas espero que a FIA aprenda com isto e torne mais fácil para os pilotos de outras séries aceder à Fórmula 1,” concluiu Herta.
A saga em torno da super licença de Herta serve como um lembrete claro de como as políticas da FIA podem, por vezes, obstruir o talento natural do desporto, potencialmente prejudicando o crescimento do automobilismo a nível global.