Este domingo, a partir das 15h30 (19h30 de Lisboa), o Estádio Más Monumental será palco de mais um eletrizante Superclássico entre River Plate e Boca Juniors, que ficará na história: com 85.018 adeptos confirmados, será a maior assistência de sempre no futebol argentino. Os bilhetes colocados à venda esgotaram em apenas duas horas. Este novo "sold out" eleva para mais de 85 os jogos consecutivos do River com lotação esgotada em casa. A ampliação do estádio permitiu atingir esta marca histórica, reflexo da paixão dos adeptos e do fervor que caracteriza o futebol argentino.

O clássico contará com forte presença de jogadores com passado no futebol português. Do lado dos Millonarios estarão de início Enzo Pérez, ex-Benfica, e Marcos Acuña, antigo lateral do Sporting. Já o Boca contará com a estreia no Superclássico de Agustín Marchesín, ex-guarda-redes do FC Porto, e com Marcos Rojo e Rodrigo Battaglia, defesa e médio com passado em Alvalade. O ex-benfiquista Cristian Lema pode ser uma alternativa no Boca Juniors, caso os Xeneizes entrem em campo com um sistema de três centrais.

Ambas as equipas já estão apuradas para os oitavos de final da Copa da Liga Profissional. Os Xeneizes, orientados por Fernando Gago, lideram a Zona A com 32 pontos, embora não possam contar com Edinson Cavani e Ander Herrera, ambos lesionados. O River, por sua vez, ocupa o 4.º lugar da Zona B com 25 pontos, depois de empatar 2-2 em Quito com o Independiente del Valle, em jogo da Libertadores.

O River perdeu apenas um dos últimos seis Superclássicos jogados no Más Monumental, somando três vitórias, dois empates e apenas três golos sofridos contra seis marcados. Durante a era de Marcelo Gallardo, venceu todos os clássicos em casa nos quais marcou primeiro: 1-0 em 2014 (Sudamericana), 1-0 em 2015 (Libertadores), 2-0 em 2019 (Libertadores) e 2-1 em 2021 (Liga Profissional).

No confronto histórico, o Boca leva vantagem com 78 vitórias, contra 72 do River, além de 66 empates. As provocações fazem parte da tradição: os adeptos do River continuam a celebrar a vitória na final da Libertadores de 2018 em Madrid, enquanto os Xeneizes não esquecem a descida do rival à segunda divisão em 2011.

Na conferência de imprensa de antevisão ao jogo, falou um protagonista de cada lado - ambos defenderam a superioridade do seu clube. "Somos o River, o maior clube do mundo, e não tememos ninguém", atirou Lucas Martínez Quarta, ao lado de Marchesín, companheiro de seleção na conquista da Copa América 2021 pela Argentina. O guarda-redes do Boca respondeu: "Temos um plantel com muita qualidade, que sabe bem o que significa o Boca. Obviamente, é o maior clube da Argentina, por isso temos sempre de ganhar, seja onde for que joguemos".

Jorge Brito, presidente do River Plate, deixou palavras fortes na cerimónia de apresentação do troféu do Mundial de Clubes da FIFA, ao lado de Claudio Tapia (presidente da AFA) e da lenda Juan Román Riquelme (presidente do Boca). "A mim, como anfitrião, cabe-me sempre transmitir às pessoas que, para além da importância que este clássico tem - não só para a Argentina; eu considero-o o mais importante do mundo -, tive a sorte de ver muitos jogos por todo o lado e, cada vez mais, estou convencido de que este é o jogo mais importante do planeta". Já Riquelme resumiu o sentimento à sua maneira: "A semana do Superclássico vive-se de uma forma especial, porque é diferente."