A Liberty Media, detentora dos direitos comerciais da Fórmula 1, encontra-se novamente sob escrutínio—desta vez acusada de comportamento monopolista pelo eurodeputado belga Pascal Arimont. Arimont apelou à Comissão Europeia para investigar as práticas comerciais da Liberty Media, alegando que o seu controlo sobre o desporto restringe a concorrência ao impedir que novas equipas entrem na grelha.

Desde que a Liberty Media assumiu a Fórmula 1 em 2017, o desporto viu um aumento significativo na popularidade global, com o valor das equipas a disparar de algumas centenas de milhões de dólares para mais de mil milhões em alguns casos. Embora este crescimento tenha beneficiado as equipas e partes interessadas existentes, criou inadvertidamente barreiras significativas para novos concorrentes, que muitas vezes são bloqueados de entrar na competição por uma mistura de acordos comerciais e resistência das equipas atuais.

Arimont destacou que a natureza restritiva destes acordos pode estar a limitar a concorrência em violação das leis comerciais da UE, afirmando: “Acordos comerciais tornam muito difícil para novas equipas se juntarem, talvez ao limitar ilegalmente a concorrência.”

Isto surge na sequência de controvérsias recentes, incluindo a rejeição pela Formula One Management de novas propostas de fabricantes no início deste ano. A falta de abertura para expandir a grelha alimentou alegações de que o desporto opera de uma forma fechada e monopolista, com as 10 equipas existentes a terem pouco incentivo para permitir nova concorrência.

A Comissão Europeia Pode Intervir

Se a Comissão Europeia atender ao apelo de Arimont para uma investigação, isso poderá levar a uma mudança significativa na forma como a Fórmula 1 opera. Um parecer favorável às alegações do eurodeputado poderá forçar a Liberty Media e a FOM a ajustarem as suas políticas, potencialmente abrindo caminho para que novas equipas entrem no desporto. No entanto, convencer as atuais 10 equipas, muitas das quais se opõem à expansão da grelha, será um grande obstáculo.

O Acordo da Liberty Media com a MotoGP Ainda em Curso

Entretanto, a Liberty Media tem estado ocupada em outras frentes. No início deste ano, o conglomerado americano anunciou um acordo para adquirir a MotoGP da Dorna Sports, mas a transação tem estado envolta em aprovações regulatórias e complexidades legais internacionais. Apesar dos atrasos, o Presidente da Liberty Media, Greg Maffei, tranquilizou os interessados de que o acordo ainda está em vias de ser concluído até ao final de 2024.

Maffei explicou: “Os processos regulatórios estão a avançar conforme o previsto. Recebemos a autorização de controle de investimento estrangeiro em ambas as jurisdições necessárias, Itália e Espanha, e recentemente recebemos a autorização de fusão no Brasil e na Austrália. Continuamos a esperar que a transação seja concluída até ao final do ano.”

A Batalha da F1 Continua

Enquanto a Liberty Media navega por estes desafios, a temporada de Fórmula 1 avança. A próxima corrida é o Grande Prémio dos EUA em Austin, onde Lewis Hamilton tentará reduzir a diferença para Max Verstappen na luta pelo campeonato. Com apenas seis corridas restantes na temporada de 2024, as tensões estão altas à medida que ambos os pilotos lutam pela vitória—Verstappen procurando estender o seu reinado como campeão do mundo e Hamilton esforçando-se pelo seu oitavo título recorde.

Os próximos meses serão cruciais, não apenas para a batalha na pista, mas também para os desenvolvimentos fora dela que poderão moldar o futuro do desporto.