ROMA — O dragão de Vítor Bruno foi abatido pelos gladiadores laziales, num jogo em que o FC Porto cometeu erros defensivos de monta, que lhe custaram mais uma derrota na Liga Europa, um resultado que compromete seriamente o apuramento direto para a fase seguinte da competição. Os azuis e brancos tiveram o empate na mão, mas sofreram o segundo golo no período de compensação, um filme visto também nos descontos da primeira parte.
O desaire em solo transalpino não se pode explicar única e exclusivamente nos erros crassos defensivos que a equipa portuguesa cometeu, mas também na má abordagem que os jogadores insistem em fazer nas bolas paradas defensivas.
A estratégia preconizada por Vítor Bruno para este encontro visava ter mais posse de bola do que a Lazio, mas os seus intentos saíram frustrados. Optou por fazer descansar Nico González e Pepê, dois jogadores dos mais utilizados na temporada, e a verdade é que a equipa ressentiu-se bastante na ausência de valências de ambos, mormente do espanhol.
Os dragões tiveram pouco jogo interior, as iniciativas eram sucessivas pelas alas e nem sempre com critério. Ainda assim, em duas transições os azuis e brancos poderiam ter feito o golo, mas o último passe não saiu na perfeição a Samu. Fábio Vieira, numa outra iniciativa dos portugueses, enviou a bola à barra, naquela que foi a primeira grande oportunidade de golo até então, ainda que a Lazio tivesse um golo anulado.
Namaso, a jogar nas costas de Samu, também não esteve no mesmo nível dos últimos jogos, perdendo muitas bolas e não fazendo a ligação ideal entre o setor intermédio e o ataque, isto além de ter perdido muitos duelos individuais e ter ficado muito cedo condicionado nas suas ações.
Um erro clamoroso defensivo, precisamente no último lance antes do intervalo, ditou uma cabeçada triunfal de Romagnoli: Alan Varela perde o primeiro cabeceamento com o Castellanos e depois Martim Fernandes está mal colocado ao segundo poste, com Diogo Costa a tentar ainda evitar o inevitável. Um duro golpe para o FC Porto, que até controlava as investidas da formação transalpina, mas cometeu uma falha coletiva inadmissível numa bola parada, deixando dois adversários na cara da baliza azul e branca.
A perder, o treinador dos portistas mexeu (bem), mas tarde na estrutura da equipa. Nico González trouxe a clarividência que faltava ao meio-campo e Pepê a velocidade de ponta para apanhar uma Lazio em contragolpe. As três mexidas operadas de uma assentada melhoraram claramente o rendimento do FC Porto em campo, mas havia também um claro défice de agressividade no último terço da equipa, com Samu a não ter uma noite particularmente feliz e Deniz Gul ainda sem justificar o rótulo de verdadeiro reforço na aceção da palavra.
Os dragões tiveram o empate na mão, mas os descontos, uma vez mais, foram fatais. Num último forcing da formação romana, o experiente Pedro Rodríguez, com o beneplácito de João Mário, atirou a contar, deixando em verdadeiro êxtase os milhares de tifosi presentes no majestoso Estádio Olímpico. A campanha do FC Porto na Liga Europa continua muito aquém das reais expetativas e as contas de um apuramento direito complicaram-se sobremaneira, ainda para mais tendo em conta que o próximo jogo é em Bruxelas com o Anderlecht. E segue-se o Benfica, na Luz, para o campeonato...